É como correr em Mônaco e, na semana seguinte, pilotar em Indianápolis. Para um jovem piloto de 16 anos de idade, que disputa simultaneamente a Fórmula Renault e a Fórmula 3 Sul-Americana, a comparação é pertinente. Depois de competir nas sinuosas ruas de Vitória (ES) no domingo passado pela F-Renault, o piloto baiano radicado em Brasília, Luiz Razia (Dragão Motorsport), terá neste fim de semana (27 e 28) um desafio a cerca de 270 km/h no veloz circuito de Rafaela, na Argentina, sede da sexta rodada dupla da Fórmula 3 Sul-Americana.
As provas, que serão disputadas em um traçado que aproveita parte de um circuito oval e tem apenas três curvas em seu trecho misto, são consideradas as mais rápidas do calendário e acontecem justamente na semana seguinte ao da corrida mais lenta da Fórmula Renault, disputada nas ruas da Enseada do Suá, na capital capixaba.
“É uma experiência muito louca disputar essas provas na seqüência, porque as características dessas duas pistas são completamente diferentes. Em Vitória, por se tratar de um traçado de rua, atingimos a velocidade média de 144km/h. Em Rafaela, chegamos a 270km/h de velocidade máxima e a média também será elevada, já que o circuito tem algumas curvas de oval e um trecho misto bastante simples”, explicou o piloto, vencedor da etapa de Córdoba da F3 Sul-Americana.
Luiz Razia pode conquistar neste fim de semana mais uma vitória na categoria internacional, e acredita que terá pela frente duas das provas mais competitivas do ano. “Como o traçado não tem muito segredo, todo mundo deve andar embolado. Pode ser que uma das equipes consiga alguma vantagem, mas o provável é que vários pilotos disputem o primeiro lugar até a última volta da corrida”, opinou.
As diferentes características dos traçados de Vitória e Rafaela não dificultam o trabalho da maioria das equipes da Fórmula 3 Sul-Americana que competem, também, na Fórmula Renault. O grande problema para os times não está relacionado ao acerto dos carros, mas sim às questões logísticas, já que a longa viagem da capital do Espírito Santos até a cidade argentina teve de ser feita em poucos dias. “Tivemos que preparar um esquema de logística para conseguir ter tudo pronto no prazo. Em Vitória já pegamos os pneus com a organização do evento e deixamos o caminhão pronto para seguir viagem para a Argentina. Esse trabalho exigiu agilidade da equipe, mas conseguimos”, declarou Luis Trinci, o Dragão, chefe da Dragão Motorsport.