Pintura de capacetes traduz estilo e personalidade dos pilotos

No início das corridas de automobilismo, não havia capacetes. Os pilotos protegiam a cabeça com óculos e amarravam um pano branco, cuja finalidade era manter os cabelos no lugar melhorando a visão da pista. Depois, foram adotados alguns modelos de capacetes em couro. Só no final dos anos 50, os capacetes com casco rígido passaram a ser usados na Fórmula 1, todos brancos, assim como eram fornecidos pelos fabricantes.

De lá pra cá, muita coisa mudou. O capacete tornou-se peça fundamental para a segurança dos pilotos, evoluiu na sua composição e sua pintura passou a refletir o estilo e personalidade de cada competidor.

Na história da Fórmula 1, o primeiro piloto a adotar uma pintura foi o campeão mundial Graham Hill. De 1958 a 1975, ele utilizou um capacete clássico tendo como cor base um azul bem escuro, com detalhes brancos apontando para cima – exatamente como a pintura do filho, Damon Hill. Qual o significado desta pintura? O fundo azul representava a água e as partes brancas as pás dos remos. A família Hill, tradicional no remo, possui o esporte na água como filosofia de vida.

Nos anos 70, o capacete tornou-se obrigatório nas competições automobilísticas e, a partir daí, com o tempo cada piloto passou a adotar uma pintura diferente.

“Hoje seria impossível imaginar um piloto correndo com um capacete totalmente branco, especialmente em categorias principais. Os pilotos têm com seus capacetes uma relação forte, uma preocupação e um cuidado tão ou às vezes maior que o carro. A pintura traduz o estilo de um piloto e o torna conhecido, mostra sua ‘cara’ nas pistas. Afinal, dependendo da categoria, é mais fácil identificar um piloto pelo capacete do que o próprio rosto”, brinca Bruno Theil, proprietário da Artmix Studios, que há quase 30 anos atua no mercado de pintura de capacetes.

“A maioria dos pilotos é fiel a sua pintura original ou parte dela. Normalmente, utilizam o mesmo desenho durante toda a carreira, mudando cores conforme os patrocinadores. Claro que sempre inovamos detalhes, fazendo as releituras da arte anterior. Mas a identidade visual é sempre mantida e assim são reconhecidos facilmente, mesmo a mais de 300 km/h”, completa Theil.

O estúdio da Artmix fica em Interlagos, São Paulo, a poucos metros do autódromo José Carlos Pace. Entre os clientes atuais, estão pilotos da F-1 (Lucas di Grassi), F-Indy (Bia Figueiredo, Vitor Meira e o inglês Dan Wheldon), Stock Car (Ricardo Maurício, Popó e Cacá Bueno, Atila Abreu, Ricardo Zonta), entre muitos outros.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.