Zehnder lembra que Massa foi demitido pela Sauber após desastrosa temporada de 2002

Felipe Massa não teve uma estreia tão gloriosa na F1. Ainda em 2002, correndo pela Sauber, seu melhor resultado no ano foi um P5, fazendo com que a equipe não quisesse renovar seu contrato. O diretor esportivo da Alfa Romeo, Beat Zehnder, explicou o início desastroso de Massa na categoria.

Zehnder está com a equipe desde o início de 1993, e diz que o início da carreira de Massa foi complicado por conta de sua atitude, o diretor esportivo diz que o brasileiro era um “garoto” e não estava disposto a aprender. Entretanto, após passar uma temporada “de escanteio” na Ferrari em 2003, o brasileiro voltou como um “piloto e pessoa diferente” em 2004, correndo pela Sauber novamente e tendo Giancarlo Fisichella como companheiro de equipe. Em 2005, Jacques Villeneuve correu ao seu lado.

No podcast Beyond The Grid, Zehnder foi questionado sobre quem era o mais rápido entre Massa ou Villeneuve, e ele respondeu: “No final foi Felipe. Felipe era jovem, em ascensão.

“Tivemos alguns problemas com o Felipe também, porque o demitimos depois de 2002, e ele voltou em 2004, porque 2002 foi um desastre. Ele era uma criança, sem vontade de aprender, de aceitar conselhos a bordo. Ele foi embora, teve que deixar a Sauber.

“2003 ele teve uma temporada com a Ferrari ao lado de Michael [Schumacher] testando muito, já quando ele voltou ele era uma pessoa diferente, um piloto diferente. E ele foi rápido. Felipe foi rápido e consistente.”

Apesar de Villeneuve ter muita experiência e um título mundial em seu currículo, o diretor esportivo disse que o canadense precisava de muito treinamento para melhorar seu desempenho nas corridas. “E Jacques, o que foi um pouco bizarro para mim, ele precisava de motivação, ele precisava de alguém para empurrá-lo durante uma corrida”, continuou Beat. “O engenheiro de corrida dizendo a ele ‘você tem que forçar mais, você tem que frear mais fundo na curva um’.

“Ainda tem mentoria hoje em dia, mas a quantidade de mentoria que fizemos com Jacques foi muito especial.”

Quando Villeneuve foi contratado pela Sauber já tinha sido campeão mundial em 1997, e sua contratação gerou muito interesse e expectativas. Mas Zehnder explicou que todo o entusiasmo por trás de Jacques na verdade não era pela qualidade do piloto em si, mas por conta de sua gestão que fazia muitos pedidos. “Primeiro de tudo, foi ridículo termos conseguido contratar um campeão mundial”, disse ele. “Quero dizer, isso era uma coisa na época, que a Sauber estava tendo um campeão mundial a bordo.

“Então, o que eu me lembro é o entusiasmo ao redor dele, então seu empresário, seu fisioterapeuta, eles diziam ‘ele precisa deste tanto de espaço no seu quarto de piloto, ele precisa de um sofá’, e eu disse a eles ‘não estamos construindo uma equipe em torno de um piloto, o piloto tem que aceitar realmente o que ele recebe’, e na Sauber, todos os pilotos foram tratados da mesma forma.

“E então, Felipe Massa, mesmo que ele tenha um quarto de pilotos que é três por três metros, Jacques vai ter o mesmo, ele não vai conseguir a de três por seis metros. E a confusão que seu empresário fez, quando você se lembra que ele veio a Melbourne e disse ‘Jacques nunca aceitará isso, ele nunca vai aceitar um quarto tão pequeno’, e eu disse ‘é isso que ele recebe, ponto final.

“E ele não tinha nenhum problema com isso. Ele era fácil de lidar, todos os rumores sobre ele ser completamente difícil, aquela “primeira bailarina”, não era verdade. Trabalhar com ele foi muito divertido. Nós ainda nos damos bem também.”

Quando perguntado quem foi o piloto mais rápido com quem ele já trabalhou, nem Massa nem Villeneuve foram sua resposta, ele escolheu o campeão mundial de 2007, Kimi Raikkonen, que começou e terminou a carreira com a mesma equipe. “Esse era Kimi, do ponto de vista de talento puro, definitivamente é Kimi.

“E agora muitas pessoas estão dizendo que se ele tivesse levado isso mais a sério, ele poderia ter conquistado mais títulos mundiais.

“Eu acho que o que aconteceu com ele em 2003 e 2005, quando ele perdeu por dois pontos, e neste [2005] ele teve muitos abandonos, problemas técnicos com o carro, ele deveria ser tricampeão mundial, definitivamente. Então, para talento puro é Kimi.”



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