Jonathan Wheatley, atual chefe da equipe Sauber, futura Audi na Fórmula 1 a partir de 2026, revelou os bastidores de sua saída da Red Bull Racing, que ocorreu após quase duas décadas de trabalho na equipe. A decisão, segundo ele, foi desencadeada por uma ‘situação difícil’ no ambiente interno, após rumores sobre sua saída ganharem destaque durante o final de semana do GP de Miami em 2024.
Na ocasião, aquele fim de semana já estava turbulento para a Red Bull, com a confirmação da saída de Adrian Newey. Foi nesse contexto que surgiu uma reportagem especulando também a saída de Wheatley. O britânico, conhecido por manter um perfil discreto, não escondeu o incômodo com a exposição repentina.
“Para ser honesto, saiu um artigo em Miami no ano passado. Eu não fiquei feliz. Eu mantinha um perfil de mídia muito, muito baixo propositalmente, e de repente meu nome estava em todos os jornais. Isso criou uma situação difícil no trabalho”, afirmou Wheatley em entrevista ao RacingNews365.
Ainda que o episódio tenha provocado desconforto, ele acabou por abrir portas inesperadas. A especulação gerou interesse imediato de outras equipes, incluindo a Sauber, que vive um momento de transição para se tornar Audi em 2026. O convite acabou resultando na oficialização de Wheatley como chefe da equipe.
“Isso fez com que surgissem várias abordagens. A partir daí, você começa a pensar sobre isso, porque é óbvio que há interesse real sobre onde você poderia estar”, disse ele.
Apesar do interesse de outros times, Wheatley destacou seu compromisso com os contratos que assume: “Sou do tipo que honra o que assina. Foram dezesseis anos na Benetton/Renault e dezenove anos na Red Bull. Quando me comprometo com uma equipe, eu me comprometo de verdade.”
O passo decisivo para aceitar a proposta da Audi, no entanto, veio de casa. Wheatley revelou que a mudança para a Suíça, onde está a sede da Sauber, exigia conversas com sua esposa, Emma. A princípio, ele manteria residência na Inglaterra e teria um apartamento em solo suíço. Mas a disposição de Emma em acompanhá-lo foi fundamental para concretizar a transição.
“No início, minha ideia era ficar com um apartamento na Suíça, e minha esposa e eu manteríamos a casa na Inglaterra. Mas no momento em que ela decidiu ir comigo, a última peça do quebra-cabeça se encaixou”, acrescentou.
O entusiasmo de Wheatley com o novo desafio é evidente. Segundo ele, nenhuma outra proposta se aproximou do que a Audi está construindo: “Eu não precisava sair da Inglaterra para progredir na carreira, mas nenhuma das conversas que tive chegou perto do quão empolgante é o projeto da Audi. Até hoje, ainda fico animado só de pensar. É um daqueles momentos em que você se belisca para ter certeza de que é real. Nada chegaria perto disso”, completou.
Wheatley agora integra o time liderado por Mattia Binotto, que recentemente assumiu a chefia técnica e operacional da Sauber e também está à frente do projeto da Audi na F1. A união de ambos promete trazer solidez e experiência à nova fase da equipe.
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