F1: Saída de Horner foi consequência de perdas estratégicas na Red Bull

A demissão de Christian Horner da Red Bull Racing, marca o ápice de um processo de esvaziamento técnico e estrutural iniciado desde o auge da equipe na temporada 2023 da Fórmula 1. Nos últimos dois anos, a equipe perdeu nomes fundamentais em diversas áreas, um cenário que, segundo análise do RacingNews365, comprometeu a estabilidade interna e contribuiu diretamente para a saída do dirigente britânico na quarta-feira (09).

Desde a temporada em que venceu 21 das 22 corridas, a Red Bull perdeu, além de Horner, seu diretor técnico, diretor esportivo, chefe de design, estrategista e chefe de mecânicos do carro de Max Verstappen, todos nomes de peso em suas respectivas funções.

A saída mais simbólica foi a de Adrian Newey no início de 2025, mas que na prática já estava afastado das atividades na Red Bull desde meados de 2024, quando anunciou sua transferência para a Aston Martin. Considerado pilar técnico da equipe desde os tempos de Sebastian Vettel, Newey era o responsável direto por manter o desempenho da Red Bull em alta, mesmo com ruídos internos. Após o anúncio de sua saída, o RB20 perdeu rendimento, e Pierre Waché, que o substituiu, não conseguiu devolver o carro ao nível dominante do início da temporada. Isso também ocorreu com o RB21 este ano. “Não se perde alguém como Newey sem consequências técnicas significativas”, resumiu a publicação.

Outra baixa sensível foi a de Jonathan Wheatley, diretor esportivo da equipe e figura central na tomada de decisões durante as corridas. Sua ausência ficou evidente em episódios como o GP da Arábia Saudita, onde uma escolha equivocada custou tempo a Verstappen, e no GP da Espanha, com uma instrução mal calculada que levou a um incidente com George Russell. “Wheatley era para o esporte o que Newey era para a engenharia”, destacou o site.

Will Courtenay, estrategista que já tem acordo para se transferir para a McLaren na temporada 2026 da Fórmula 1, também representa um ponto de instabilidade. Embora ainda esteja atuando na Red Bull, sua iminente saída cria um conflito interno, mesmo com o esforço de Horner em valorizar o papel de sua substituta, Hannah Schmitz.

Hannah Schmitz - Estrategista da Red Bull
Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool

O processo de esvaziamento teve início em 2023, com a saída de Rob Marshall, braço-direito de Newey e figura importante no ressurgimento da equipe na era do efeito solo. Sua ida para a McLaren foi o primeiro sinal de uma reconfiguração profunda.

Por fim, a saída de Lee Stevenson, chefe de mecânicos de Verstappen, completou o quadro de desestruturação. Responsável direto pela ligação entre engenharia e operações no carro do tetracampeão, Stevenson esteve presente em todas as vitórias de Verstappen até então e deixou a equipe em março deste ano rumo à Sauber.

Com todas essas perdas acumuladas, a permanência de Horner se tornou insustentável. A crise que hoje se evidencia não surgiu da noite para o dia, mas sim de um lento e silencioso desmonte da base que sustentava o sucesso da Red Bull Racing.



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