A Mercedes está otimista com o potencial do W15, seu novo carro para a temporada 2024 da Fórmula 1. De acordo com o diretor técnico James Allison, a equipe conseguiu resolver os problemas de ‘traseira difícil’ que atrapalharam o W14 no ano passado.
Depois de continuar usando o conceito de ‘zeropod’ que já não funcionou no carro de 2022, ainda no início de 2023, a Mercedes precisou fazer várias tentativas de correção durante o ano passado, não somente nos sidepods, mas também em outras áreas do carro, o que levou a equipe ao P2 entre os construtores, mas sem nenhuma vitória em 2023, algo que não acontecia desde 2011.
No entanto, o chefe da equipe, Toto Wolff, afirmou recentemente que os primeiros feedbacks do simulador indicam que o W15 ‘parece realmente um carro de F1 pela primeira vez em dois anos’. Allison, de volta ao cargo desde abril de 2023, confirmou esse otimismo.
“É impossível nesta época do ano não estar um pouco apreensivo, empolgado e até mesmo assustado”, disse Allison ao Autosport. “Essas sempre são as emoções que você sente, e imagino que nem na Red Bull, depois de um ano tão bom, eles estejam dormindo tranquilos, porque ninguém sabe o que os outros vão trazer.”
Apesar da cautela, o diretor técnico aponta para avanços importantes no novo carro. “Esperamos ter resolvido algumas das características mais difíceis da traseira do nosso carro, tornando o comportamento mais amigável. Isso está na simulação, mas temos motivos para acreditar que fizemos progresso nessa área.”
Mesmo com a melhora geral no comportamento do carro, Allison afirmou que a Mercedes também buscou aumentar o downforce e a potência. “Além da facilitar a pilotagem, trabalhamos na redução de peso, aumento de downforce, e esperançosamente, um pouco mais de potência no motor, dentro dos ajustes permitidos pelo regulamento”, explicou.
“Se será o suficiente, só o tempo dirá. Mas será interessante porque identificamos alguns problemas, formulamos hipóteses sobre as causas e as corrigimos. Será interessante ver o quanto acertamos no diagnóstico”, acrescentou Allison.
Enquanto Mercedes e Ferrari enfrentaram dificuldades, a Red Bull dominou a temporada passada, vencendo 21 das 22 corridas e conquistando os dois títulos. No entanto, Allison acredita que a lei dos rendimentos decrescentes limitará o progresso dos atuais campeões.
“Nós esperamos ter feito um bom trabalho com o novo carro, e corrigido algumas das deficiências que apareceram abertamente no ano passado”, acrescentou o britânico. “Também temos na cabeça que o próprio regulamento tem um limite claro para o quanto esses carros podem ser rápidos.”
“É um limite muito mais definido do que nas gerações anteriores, onde quanto mais amor e trabalho você colocava neles, mais rápido eles ficavam, algo aparentemente sem fim. Acho que se você olhar para o ano passado, apesar do domínio quase completo da Red Bull, que não pareciam vulneráveis nem na última corrida, se você olhar para o quadro geral, o grid está gradualmente se aproximando”, finalizou Allison mantendo a confiança na capacidade da Mercedes em brigar pelos títulos em 2024.