F1: Hamilton relembra separação de seu pai como empresário

O heptacampeão de Fórmula 1, Lewis Hamilton, falou sobre o período tumultuado de sua carreira que o levou a se separar de seu pai, Anthony, como empresário.

Todo o início da carreira de Hamilton na F1 foi empresariado por seu pai Anthony. Com Hamilton correndo pela McLaren e conquistando seu primeiro título em 2008, foi uma surpresa em 2010, quando Hamilton anunciou que seu pai não teria mais nenhum envolvimento na gestão de sua carreira de piloto.

Hamilton falou sobre esse período complicado de sua vida, revelando o motivo por trás dessa separação, e como isso desencadeou um esfriamento em seu relacionamento pessoal.

Participando do podcast ‘On Purpose’, Hamilton falou sobre o quão próximo ele e o pai Anthony foram durante os primeiros tempos na F1.

“Meu pai teve quatro empregos em um momento, apenas para me manter no Kart, porque naquele tempo no Kart na Inglaterra, a maioria dos pilotos vinha de famílias da classe trabalhadora”, disse Hamilton.

“Depois, é claro, algumas crianças mais ricas tinham (e ainda têm) acesso melhor a equipamentos, mecânicos e todo esse tipo de coisa. Meu pai era meu mecânico. Então éramos só eu e ele na estrada, e minha madrasta, Linda. Ela estava lá apoiando, se certificando de que estávamos totalmente vestidos, certificando-se de que comemos e nos hidratamos, todo esse tipo de coisa para o fim de semana.”

“Portanto, era um passeio em família, um fim de semana em família. Viajamos juntos, meu irmãozinho também estava na estrada conosco, o que era uma mega inspiração. Ele nasceu com paralisia cerebral quando eu tinha sete anos e hoje é palestrante e piloto de corrida”, disse Hamilton.

“Ele desafiou todas as probabilidades. Mesmo sendo sete anos mais novo que eu, ele ainda é uma grande inspiração”, acrescentou.

Tendo alcançado o aparentemente impossível chegando até a F1 e chegando às alturas, depois de conquistar o título no campeonato, Hamilton explicou que sentiu que precisava mudar seu relacionamento de seu pai como empresário.

“A coisa com meu pai era que ele foi meu empresário o tempo todo, até chegarmos à Fórmula 1 e ele trabalhou muito”, afirmou Hamilton.

“Sua ética de trabalho foi inspiradora para mim, ver o quanto ele trabalhava, a hora que levantava de manhã, o pouco sono que tinha, terminar o dia na garagem, trabalhar no Kart, se preparar para o final de semana, empacotando as coisas no caminhão e nos levando para onde precisávamos ir. Foi fenomenal de se ver.”

“Mas acho que foi difícil para ele me mostrar amor. Às vezes você só quer um abraço do seu pai ou, quando está enfrentando essas coisas, quer poder ser abraçado. Mas acho que quando eu tinha 22/23 anos, ficou muito intenso, quando cheguei à F1”, acrescentou.

“De repente você é jogado. Você passa do Kart para carros, você não vai para a escola para aprender a falar com a mídia, você é literalmente jogado lá. E, na época, eu não tinha outro empresário além do meu pai, e minha madrasta marcava voos e viagens.”

“Mas eu não tinha relações públicas, não tinha ninguém para ajudar a me proteger ou me preparar para as coisas. Pilotando eu era bom, devo dizer. Mas, nessas coisas, é onde muitos erros aconteceram. Você tem toda a atenção da mídia, então está aprendendo em movimento, o que foi muito difícil para um jovem”, continuou o britânico.

“Além disso, você só quer tentar viver algum tipo de vida normal, mas nada é normal para você naquele momento. A coisa para mim e meu pai, é que estávamos realmente batendo de frente em um momento. Eu queria que ele fosse só meu pai, nos divertirmos, rirmos.”

“Não tínhamos isso há muito, muito tempo. Então, decidi me separar do meu pai e pensei: ‘Vou começar a tomar algumas decisões por mim mesmo e ver os erros que precisarei cometer’,” disse Hamilton.

Sem surpresa, a separação pública de Hamilton de seu pai levou a um esfriamento de seu relacionamento pessoal, com o piloto da Mercedes sendo franco, sobre como demorou algum tempo para eles resolverem as coisas e se reconectarem.

“Definitivamente houve um período em que falávamos menos”, disse Hamilton. “Mas nós dois trabalhamos muito para voltarmos juntos e temos um dos melhores relacionamentos agora. Ele é a primeira pessoa para quem quero ligar quando termino uma corrida. Porque eu sei que ele sabe como é, ele esteve lá desde o primeiro dia.”

Após a derrota do título em Abu Dhabi em 2021, Hamilton foi abraçado por seu pai no pitlane em uma das imagens mais famosas daquele dia. Apesar de estar perto dos 40 anos, Hamilton afirmou que as opiniões do pai ainda são de extrema importância para ele.

“Há dias em que sinto que não sou bom o suficiente. As pessoas podem dizer: ‘Sim, mas você venceu sete títulos na Fórmula 1’, mas há dias em que eu questiono se ainda posso ser o melhor?”

“Tenho essa conversa comigo mesmo com frequência. Mas meu pai também está lá. Às vezes, digo algo que talvez não seja o mais positivo. E ele está lá apenas reafirmando: ‘Você tem isso, acredite em si mesmo’. É muito importante que as pessoas tenham pessoas assim por perto. Eu me apoio, me cerco de outras pessoas positivas também. Acho que é nosso trabalho levantar todo mundo. Quero que todos ao meu redor vençam e se tornem as melhores versões de si mesmos”, finalizou Hamilton.

 

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