Ritmo médio, consistência e gestão de pneus explicam a vitória de George Russell
A Fórmula 1 chega a Austin nesta semana para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, e a grande pergunta é: a força da Mercedes vai se confirmar em solo americano? A vitória dominante de George Russell nas ruas de Singapura reacendeu o debate sobre a recuperação das Flechas de Prata nesta reta final da temporada.
A análise dos gráficos de ritmo e estratégia do GP de Singapura revela que o britânico venceu não apenas pela posição de pista, mas pela consistência e execução impecável em um dos circuitos mais exigentes do calendário. Agora, com o Circuito das Américas servindo como novo desafio — de curvas de alta e retas longas —, os números de Marina Bay ajudam a entender o quanto essa performance pode se traduzir em resultado novamente neste fim de semana.
Russell dominou o Grande Prêmio de Singapura de 2025 do início ao fim e confirmou o excelente momento da Mercedes na temporada. A vitória veio de forma controlada, sem ameaças diretas, com Max Verstappen em segundo e Lando Norris completando o pódio. Oscar Piastri terminou em quarto, resultado suficiente para manter a McLaren como principal força do campeonato, e garantir matematicamente o título de construtores para a equipe de Woking.
Ritmo de corrida: Russell no controle e McLaren consistente
Os gráficos de ritmo mostram que Russell foi o piloto mais constante da corrida, com voltas médias na casa de 1:36.6, sustentando desempenho estável durante os dois stints. O britânico da Mercedes manteve uma variação mínima entre voltas rápidas e lentas, o que reforça o bom equilíbrio do W16 no traçado de Marina Bay — um circuito que exige tração e precisão na gestão térmica dos pneus.

Gráfico: F1PACE.COM
Max Verstappen, segundo colocado, apresentou ritmo próximo ao de Russell, mas com pequenas oscilações em trechos de tráfego e gestão de pneus. O holandês admitiu após a corrida que “lutou bastante” com o carro, o que se reflete nos dados de volta a volta — sem quedas acentuadas, mas com ligeira perda de aderência no segundo trecho de corrida. Ainda assim, manteve a Red Bull competitiva e assegurou o segundo lugar com autoridade.
A McLaren, por sua vez, confirmou o equilíbrio entre seus pilotos. Lando Norris e Oscar Piastri tiveram ritmos médios muito próximos — cerca de 1:36.7 — com Piastri ligeiramente mais rápido em stints longos. O resultado conjunto, com o pódio de Norris e o quarto lugar de Piastri, selou o título de construtores para a equipe. O desempenho dos dois mostra que o MCL39 segue como referência em eficiência aerodinâmica e uso de pneus em condições de alta temperatura.
Estratégia: consistência como fator decisivo
Os gráficos de estratégia mostram um padrão de duas paradas, com o uso equilibrado dos compostos médio e duro. Não houve movimentações táticas determinantes, como variações extremas de stint ou trocas fora da janela ideal.

Gráfico: F1PACE.COM
A Mercedes priorizou consistência — paradas regulares e tempos de volta estáveis —, enquanto Red Bull e McLaren mantiveram estratégias semelhantes, com diferenças pequenas no momento de troca. A ausência de interrupções (sem Safety Car) favoreceu quem largou na frente e conseguiu gerenciar o ritmo sem turbulência de tráfego. Nesse cenário, o domínio de Russell foi consolidado pela execução perfeita dentro de pista.
Ferrari: ritmo limitado e penalidade de Hamilton
A Ferrari teve desempenho intermediário. Charles Leclerc e Lewis Hamilton oscilaram entre a sexta e oitava posições durante boa parte da prova, com tempos médios na casa de 1:37.9, mas sofreram mais com a degradação dos pneus médios em trechos longos. Hamilton ainda recebeu uma penalidade de cinco segundos por exceder os limites de pista, caindo uma posição no resultado final.
Os gráficos confirmam que o SF-25 ainda apresenta variação alta de ritmo por volta, especialmente no primeiro stint — um indicativo de que a equipe segue atrás de Mercedes, McLaren e Red Bull em termos de equilíbrio em condições quentes e de alta carga aerodinâmica.

Gráfico: F1PACE.COM
Gabriel Bortoleto: leitura sólida e ritmo de meio de pelotão
O brasileiro Gabriel Bortoleto novamente mostrou consistência e leitura estratégica madura. Seu ritmo médio, em torno de 1:38.7, o colocou em disputa direta com Alpine e Haas durante boa parte da prova. Apesar de não pontuar, Bortoleto manteve constância notável, especialmente com pneus duros, e evitou erros em um dos circuitos mais exigentes do calendário. A performance reforça a evolução do piloto e da Sauber, que segue ajustando seu pacote aerodinâmico para as etapas finais.
A Mercedes chega a Austin como uma das incógnitas mais interessantes da temporada. Os dados apontam um carro equilibrado e eficiente em pistas de alta carga aerodinâmica — mas o Circuito das Américas exige mais velocidade em reta e estabilidade nas frenagens. Se Russell repetir o controle mostrado em Marina Bay, a equipe pode confirmar definitivamente sua volta à briga nas cabeças.
