A Renault vive um momento de forte instabilidade após a saída inesperada de seu CEO, Luca de Meo, somada à divulgação de um resultado financeiro muito abaixo do esperado. O impacto imediato foi sentido no mercado: as ações da montadora francesa registraram queda de 18% nesta quinta-feira (17).
De Meo anunciou sua renúncia em junho, após cinco anos à frente da empresa. Nesta semana, o diretor financeiro Duncan Minto foi nomeado como CEO interino. Mas a turbulência se intensificou com o comunicado de que o fluxo de caixa livre (free cash flow) da Renault foi de apenas €47 milhões, o equivalente a cerca de US$51 milhões. Analistas previam um valor próximo a €645 milhões (US$702 milhões), segundo a agência Reuters.
Como reflexo, os papéis da Renault (RENA.PA) caíram de €35,92 no início do pregão para €33,63, e estavam em €40,79 no dia 10 de julho. O tombo gerou preocupação no mercado quanto à saúde financeira da companhia.

A Renault atribuiu o desempenho fraco às vendas de automóveis abaixo das expectativas. Mesmo sem ser impactada diretamente por tarifas impostas pelos Estados Unidos, o ritmo de crescimento da empresa segue aquém do necessário.
No cenário esportivo, a Renault também se prepara para mudanças significativas. A empresa é proprietária da equipe Alpine na Fórmula 1, criada a partir da reestruturação de sua equipe de fábrica em 2021 para promover sua linha de carros esportivos. A partir de 2026, a Alpine deixará de produzir seus próprios motores em Viry-Châtillon e passará a utilizar unidades de potência fornecidas pela Mercedes, abandonando o status de equipe de fábrica para se tornar uma equipe cliente.
A nova gestão terá o desafio de estabilizar a empresa em meio a uma fase de transição tanto no setor automobilístico quanto na F1.
