As negociações para continuar realizando o Grande Prêmio do Brasil de F1, piorou as já tensas relações entre as autoridades de São Paulo e do Rio de Janeiro sobre o assunto, mas agora foi revelado que o Mubadala Group, de Abu Dhabi, está envolvido no novo acordo para manter a Fórmula 1 em Interlagos, levantando dúvidas sobre quem realmente está por trás do financiamento da corrida paulista.
Há dois anos, com o prefeito de São Paulo não disposto a comprometer mais dinheiro na corrida e querendo vender o Autódromo José Carlos Pace para empresas privadas, Chase Carey se frustrou com a falta de progresso nas negociações e rapidamente fez um acordo com uma nova empresa chamada Rio Motorsports, concordando em transferir o GP do Brasil para o Rio de Janeiro por um período de cinco anos, começando em 2021. A Rio Motorsports foi totalmente apoiada pelo governo local e teve o apoio do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Diante disso, parecia que São Paulo iria realmente perder a corrida.
O problema, óbvio, é que não existe um circuito de corridas no Rio de Janeiro, apenas um projeto para construir uma pista totalmente nova no bairro de Deodoro, a cerca de 40 quilômetros a noroeste de Copacabana, em uma área que estava sendo usada pelo exército brasileiro para treinamento. Rapidamente ficou claro que este projeto seria um fracasso, apesar do apoio do governo. Organizações ambientais, junto com alguns moradores de Deodoro conseguiram atrasar qualquer decisão sobre o destino do terreno onde a pista seria construída, antes que o projeto fosse totalmente abandonado no final do ano passado.
Querendo manter o GP do Brasil no calendário, a FOM rapidamente deu meia-volta e fechou um novo contrato de cinco anos com São Paulo, o que significa que o circuito de Interlagos continuará recebendo a corrida até 2025.
Embora as condições financeiras acordadas entre o prefeito de São Paulo e a FOM permaneçam confidenciais, se acredita que a cidade vai pagar bem menos do que os 35 milhões de dólares por ano que haviam sido acordados com a Rio Motorsports. Agora surgiu a informação, que o promotor da corrida será o Mubadala Group, com sede em Abu Dhabi, e essa estatal cobrará cerca de três milhões de dólares por ano para cuidar de todos os aspectos organizacionais do GP.
Uma das condições impostas pela FOM para manter o Grande Prêmio em Interlagos, foi cortar os vínculos com o aliado de longa data de Bernie Ecclestone, Tamas Rohony, que ainda atuava como promotor da corrida até o final do ano passado. O empresário húngaro recebeu cerca de seis milhões de dólares por ano para montar a estrutura necessária para o GP e então devolvia ao município todo o dinheiro que sobrasse, normalmente menos de 5% do valor total.
Sem revelar quanto vai custar o GP de São Paulo aos seus cofres, a prefeitura de São Paulo tem afirmado que com esse novo acordo economizará três milhões de dólares por ano, pois essa é a diferença entre o que Rohony estava cobrando, e a empresa de Abu Dhabi.
O fato de Abu Dhabi estar expandindo suas ‘asas’ na Fórmula 1 é interessante, mas é preciso lembrar que o Grupo Mubadala esteve fortemente envolvido com a Ferrari há mais de dez anos, não apenas como patrocinador e parceiro da equipe de corrida, mas também como parceiro importante na criação do Ferrari World, ao lado do Circuito Yas Marina.
Com a petrolífera estatal Aramco da Arábia Saudita sendo a maior patrocinadora do Campeonato Mundial de Fórmula 1, e o país esperando sediar seu primeiro GP no final deste ano, Abu Dhabi decidiu investir mais no esporte, em estreita sintonia com as maiores potências regionais no Golfo. Cada vez mais a Fórmula 1 depende de financiamento e apoio árabes para seguir em frente, três das dezessete corridas do ano passado foram realizadas na região, este ano o número pode ser aumentado para quatro, se o Bahrein tiver que sediar uma segunda corrida para compensar o cancelamento esperado de alguns GPs devido à pandemia.
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