Emerson Fittipaldi não esconde a decepção com a Fórmula 1 atual, lamentando que os pilotos tenham se tornado autênticos robôs. E não é no volante dos Fórmula 1, mas antes fora deles.
O bicampeão de Fórmula 1 refere-se à falta de liberdade de expressão. E aponta os culpados: as equipes e os patrocinadores que não deixam os pilotos serem eles próprios.
“Se há uma palavra que deve ser permitida na Fórmula 1 é ‘liberdade’”, afirmou Fittipaldi, em declarações ao site ‘Motorsport.com’. “Se estamos pilotando para a Ferrari, antes da coletiva de imprensa, somos informados do que podemos ou não dizer, isso não está correto. É uma m…”, lamentou.
“O sistema está completamente errado. Os pilotos são robôs ou pessoas?”, questiona o veterano brasileiro.
Fittipaldi defende por isso total liberdade para os pilotos falarem do que bem entenderem e expressarem as suas opiniões, sem qualquer limitação, mesmo que sejam desinteressantes para a própria equipe.
“Rosberg devia ser autorizado a dizer ‘a Mercedes destruiu a minha corrida de hoje com as suas decisões, esses malditos!’. Eles devem ser autorizados a dizer qualquer coisa”, opinou.
“Em lugar disso, sentam-se (para a coletiva de imprensa), e quando questionado: ‘como foi a corrida?’, apenas dizem: ‘Boa’. Eles precisam de personalidade. O sistema está errado, não são eles (os pilotos) que estão errados. Não é culpa deles. Deveria haver uma melhor interação entre o público e os pilotos, na minha opinião”, observou.
Fittipaldi fez ainda uma comparação com os seus tempos de piloto de Fórmula 1, alertando que é necessária uma mudança de cultura, e que essa mudança tem de partir das próprias equipes e dos patrocinadores.
“Os assessores de imprensa e as próprias equipes deviam permitir que os pilotos falem mais. No meu tempo, eu tive um contrato de 20 anos com a Phillip Morris e sabia o que podia dizer, mas eu podia falar sobre tudo. Tinha a liberdade de expressão, e isso significa tudo”, resumiu.