É o que se pode chamar da revolta das equipes médias, visto que as pequenas já estão com um pé fora da Fórmula 1. Lotus, Force India e Sauber exigem uma reunião urgente com Bernie Ecclestone em Abu Dhabi para evitar a criação “cega” de uma Fórmula 1 dividida.
A competição já perdeu duas equipes (a Caterham vai participar em Abu Dhabi, mas em condições muito frágeis, uma vez que despediu todos os funcionários) e corre o risco de perder algumas das equipes intermediárias.
Bernie Ecclestone recusa-se a ajudar financeiramente as equipes, e até mesmo fazer uma distribuição mais equilibrada das receitas, preferindo antes como solução uma “Super GP2”.
A ideia é que as equipes pequenas corram com carros da GP2, embora mais desenvolvidos, o que não é do agrado das equipes, que receiam uma Fórmula 1 em dois níveis.
Em carta enviada a Bernie Ecclestone, as três equipes – Force India, Sauber e Lotus – pedem uma reunião urgente no sentido de encontrar soluções, nomeadamente melhorar as verbas atribuídas e que saem do “bolo” dos direitos comerciais da F1.
As equipes lembram que já tentaram várias ações de sensibilização para o problema e acusam Ecclestone e o Grupo de Estratégia, composto por Red Bull, Ferrari, Mercedes, McLaren e Williams, de alinharem numa espécie de “cartel que controla a distribuição de fundos”.
Para Fernley, diretor da Force India, “as indicações que nos deram foram claras: não há dinheiro. Existe um plano já definido e passa por equipes clientes ou a Super GP2. E isso vai ajudar a manter o grid”.
Monisha Kaltenborn, chefe de equipe da Sauber, criticou duramente a postura de Bernie Ecclestone, lamentando que a Fórmula 1 esteja perdendo todo o seu fascínio.
“Estão destruindo tudo aquilo que os fãs querem e gostam. Estão destruindo todo o campeonato. É um pensamento empresarial muito cego”, afirmou.
A verdade é que a ameaça de boicote das três equipes médias volta a pairar na Fórmula 1 e Bernie Ecclestone não parece muito interessado em encontrar uma solução que sirva para todos.