A FIA anunciou oficialmente as mudanças previstas para a Fórmula 1 em 2015. Sendo o recomeço das corridas depois da entrada do Safety Car, que agora serão com os carros parados, a grande novidade, a verdade é que há mais mudanças anunciadas, com o objetivo de melhorar o espetáculo e reduzir os custos.
A alteração mais polêmica é mesmo o recomeço das corridas passar a ser feito com nova largada parada, após a entrada do Safety Car em pista. Esta situação só não acontecerá se a parada acontecer até duas voltas após o início ou se faltarem menos de cinco voltas para o final da corrida.
“As ultrapassagens são difíceis quando o Safety Car abandona a pista. Com os carros parados as possibilidades de ultrapassagem serão maiores”, explicou o diretor de provas da Fórmula 1, Charlie Whiting.
A decisão, no entanto, não é do agrado dos pilotos. “A largada é sempre o momento de maior risco numa corrida. Porquê repeti-la tantas vezes na mesma prova?”, questionou Jenson Button, da McLaren, o piloto mais experiente em atividade, com 255 GPs.
Assim, em 2015, os carros vão retornar à posição no grid e largam de acordo com a sua classificação na corrida no momento da entrada do Safety Car. Além de um maior risco de acidentes, componentes importantes dos carros vão estar expostos a esforço extra e grandes, como o complexo e delicado sistema de embreagem, entre outros.
Foi também aprovada a redução do número de motores permitidos a cada piloto por temporada, passando de cinco para quatro, – mantendo os cinco apenas se o calendário aumentar para 20 o número de corridas da temporada. Caso um piloto substitua integralmente sua unidade motriz tem como penalização partir do último lugar do grid.
Com o objetivo de reduzir custos, o número de horas semanais de testes em tuneis de vento é reduzido, das atuais 80 horas para 65 horas semanais. Nos fins de semana, a redução é de 30 para 25.
Por outro lado, as equipes poderão usar os túneis de vento em dois períodos num mesmo dia, em vez da medida em vigor, que os limita a um único. Já os CFD (Computational Fluid Dynamics) passam de 30 teraflops (unidade de medida) para 25.
Em relação a testes de pré-temporada foi decidido que em 2015 serão três de quatro dias, realizados unicamente na Europa. Este número irá diminuir em 2016, registrando-se apenas dois testes de quatro dias. Durante a temporada haverá ainda dois testes de dois dias, com metade do tempo destinado aos jovens pilotos.
Já a proposta de proibir cobertores para o aquecimento dos pneus em 2015, foi anulada, no entanto, serão revistos os tamanhos das rodas e pneus no futuro.
Outras das alterações regulamentares prendem-se com o horário de ‘recolher dos pilotos’ nas sextas-feiras de GP, o qual será alargado das 18h00 para as 19h00, em 2015, cifrando-se nas 20h00, em 2016.
Em relação ao polêmico nariz dos carros, os regulamentos sofrem também alterações, com o objetivo de os tornar menos feios, sem prejudicar a segurança.
“A FIA está bastante sensível ao atual formato do nariz dos carros que desagrada a todos. Serão mais normais”, garante Whiting.
Por fim os carros irão voltar a ter fundos planos de titânio, o que irá marcar o retorno das espetaculares ‘faíscas’ sempre que um Fórmula 1 passar por uma zona irregular ou corretores, algo que já foi testado no GP da Áustria por Kimi Raikonen e Nico Rosberg.