Por Giovanni Romão
Em 2008 eu cursava o terceiro ano da faculdade de jornalismo e como estagiário de um portal de notícias (Pinda Vale) de minha cidade tive a oportunidade de cobrir o I Festival Brasileiro de Kart Amador, no Kartódromo Internacional de Guaratinguetá – localizado no município homônomo, localizado no interior de São Paulo.
O evento daquele ano tinha um homenageado especial. Era Lucio Pascual, conhecido como Tchê. Com 72 anos à época, ele continuava como uma referência na preparação de kart. Foi um prazer tê-lo entrevistado e, nas linhas abaixo, recordo passagens de um texto que escrevi à época, atualizado com outras poucas informações que na época não entraram na versão:
***
Na década de 70, o “Espanholo”, como é conhecido entre amigos e colegas, morando no Brasil há 49 anos, conheceu um mirrado e tímido garoto. Falante, Tchê foi procurado pelo pai do menino para arrumar o motor do hoje famoso kart 42. Quando seu Milton voltou à oficina questionou Tchê sobre o preço baixo cobrado, afirmando que o serviço não deveria ter ficado bom. O “Espanholo” foi enfático e disparou: “Se seu filho andar direitinho, vence a corrida”.
‘Ayrton 42’ venceu!
Durante sete anos, Pascual trabalhou na preparação dos karts de Ayrton Senna da Silva.. O contato de Tchê com o pupilo foi ficando cada vez mais escasso, principalmente depois que Senna foi para a Europa. Por telefone ou cartas, eles trocavam confidências.
O último contato pessoal entre o mestre da preparação das pequenas “baratinhas” e Senna foi no GP do Brasil de 1994 – corrida anterior ao fim de semana em Ímola. Tchê conta que Senna, naquele domingo em Interlagos, era uma pessoa triste, sem alegria no rosto… A imagem que guardou foi o forte abraço que deu no “filho” antes de se despedirem. “Foi o nosso adeus”, recordou-se em 2008.
