A Red Bull registrou formalmente o apelo contra a desclassificação de Daniel Ricciardo no GP da Austrália, onde o australiano perdeu o segundo lugar. A Red Bull tinha precisamente até hoje para apelar. O Tribunal de Apelação da FIA vai agora analisar o processo, e marcar uma audiência para ouvir as partes.
Recorde-se que a Red Bull e a FIA não se entenderam em relação às razões que levaram à desclassificação de Daniel Ricciardo, segundo colocado do GP da Austrália, já que enquanto a FIA alegava que a Red Bull não reduziu o fluxo de combustível quando a isso foi instada, a equipe contestou dizendo que pelo que verificou nas suas medições não estava cometendo qualquer ilegalidade, e que entedia que a peça fornecida pela FIA não estava funcionando corretamente, utilizando por isso a sua.
A FIA revelou que a Red Bull ignorou pedidos para reduzir o fluxo de combustível do RB10 de Daniel Ricciardo durante a corrida que o australiano terminou em segundo, com a FIA decidindo no final desclassificar o piloto alegando que “excedeu consistentemente o fluxo de combustível”. A história é, no entanto, um pouco mais complicada porque após leituras inconsistentes durante os treinos livres a FIA alegadamente autorizou uma troca de sensor, e admitiu que existia variação nas leituras entre os dois sensores fornecidos.
Mas a Red Bull entendeu que os sensores não eram confiáveis e utilizou o seu: “O representante da FIA verificou que o fluxo de combustível era muito elevado durante a corrida e contatou a equipe, dando-lhe oportunidade de seguir as instruções e reduzir o fluxo para dentro dos limites, mas a equipe optou por não fazer essa correção”. A FIA diz ainda que a Red Bull violou uma diretiva técnica escolhendo correr com um modelo de medição seu, portanto não autorizado pela FIA. Mesmo aceitando que o seu sensor deu leituras errôneas a FIA destacou que só com a sua permissão a Red Bull poderia ter utilizado outra peça.
Entretanto, a Red Bull insistia que o fluxo de combustível do carro de Ricciardo estava legal, com Christian Horner revelando que a variação do limite de 100kg/h era zero, utilizando o seu próprio equipamento, uma vez que não confiava no medidor da FIA, que se mostrou problemático “de cima a baixo entre as equipes do pit-lane”. Para Horner “dissemos-lhes que não confiávamos no seu sensor e que a nossa peça calibrada estava correta. É que de outra forma há uma situação em que nos dizem para reduzir significativamente o fluxo de combustível quando acreditamos estar cumprindo os regulamentos. Desta forma terminamos numa situação em que, dependendo da calibragem do sensor, fica ditado quem vai ser competitivo ou não”, disse Horner.