Por André Spigariol
Jackie Stewart, tricampeão mundial de F1 (1969,71,73) ganhou as manchetes do automobilismo internacional nesta terça-feira (8) ao lançar críticas contundentes ao sistema de comissários e punições utilizado pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) nas provas do Mundial de F1. O “escocês voador” citou a confusão no final da temporada 2012, quando o título de Vettel foi contestado por uma suposta ultrapassagem em bandeira amarela no GP do Brasil.
“Como você pode, eventualmente, ter quatro [sic. três] comissários diferentes em cada GP? Por que você não tem um profissional?” disse o veterano ao City AM. Para o ex-campeão, deve existir em todos os GPs “um homem que vai para cada corrida que vai fazer julgamentos consistentes e tem autoridade”, comentou.
“O julgamento sobre bandeiras amarelas no Brasil foi certo ou errado? E por que isso tem que vir em uma quarta-feira ou quinta-feira?”, questionou Stewart sobre o imbróglio da grande final da temporada. “Isso é uma enorme declaração de uma função desorganizada”, apontou.
O chamado “race control” da FIA, a sala onde são tomadas as decisões sobre punições durante uma corrida, coloca à disposição dos comissários uma vasta gama de imagens que não são disponibilizadas aos telespectadores comuns, obtidas por meio de câmeras dedicadas da entidade, além de uma gama de informações que “a maioria das pessoas não sabe que existe”, diz Garry Conelly, comissário chefe da FIA em sete GPs de 2012 – incluindo o do Brasil – à revista AUTO.
“É uma grande responsabilidade, mas é um fardo que ficou mais leve, por conta da tecnologia que temos à disposição agora. Temos uma riqueza de dados que as pessoas nunca saberão que temos acesso”, completa Connelly. A sala de controle conta com os monitores de vídeo, rastreamento por GPS dos carros e telemetria em tempo real de todos os bólidos.
“Temos um sistema muito bom que é capaz de detectar incidentes para nós”, explana Charlie Whiting, diretor de provas da F1, também em reportagem da AUTO. “O sistema é programado para alertar sobre qualquer incidente – por exemplo, quando um piloto vai demasiadamente rápido em um setor com bandeiras amarelas”, completa o dirigente.