A 10ª etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car, que será disputada neste fim de semana no circuito sete do Autódromo Municipal de Buenos Aires, na Argentina, marca indelevelmente a maturidade da principal categoria brasileira. A opinião vem do paranaense Raul Boesel, que acumula um título mundial e passagens por todas as categorias de elite do automobilismo em uma carreira que se iniciou exatamente na Stock Car, nos idos de 1979.
De lá para cá, Boesel se sagrou campeão mundial de esporte protótipo em 1987, largou três vezes na primeira fila do grid das 500 Milhas de Indianápolis, defendeu as equipes Ligier e March na F-1 e se tornou um dos pilotos mais respeitados nos circuitos ovais e mistos dos Estados Unidos. “Já rodei pelo mundo afora nessa vida de piloto, mas a fase atual da Stock me dá o mesmo entusiasmo dos primeiros anos”, comentou Boesel no Aeroporto de Ezeiza, na capital argentina, no início da tarde desta quarta-feira. “Correr em outros países é oferecer exposição em novos mercados para nossos patrocinadores, o que aumenta nossa eficiência como ferramenta de marketing. É um enorme passo à frente no profissionalismo da categoria”, avalia Boesel.
Além de piloto, Boesel é um dos coordenadores da equipe Embratel 21 Motorsport. Portanto, pode avaliar com precisão o esforço logístico a que todos os engenheiros, técnicos, mecânicos, motoristas e demais componentes das equipes foram submetidos para que esta corrida se realize. “Vamos completar quatro corridas no espaço de seis semanas. Começou em Brasília, no dia 18 de setembro, e depois vieram Santa Cruz, no dia 2 deste mês, Tarumã no dia 16 e agora tem Buenos Aires. Para nós, tem sido pesado, mas a compensação é que nossos patrocinadores estão desfrutando de mais visibilidade, já que a TV Globo está mostrando as corridas ao vivo e o canal a cabo SporTV passa o vídeo teipe às 22 horas do mesmo dia. Isso justiça o esforço”, completa Boesel, que já afastou a preocupação da chuva que afetou as duas últimas corridas.
“Acompanhar as previsões meteorológicas já está virando uma mania coletiva da categoria”, admite. “Eu consulto dois sites por dia, e até agora não se falou em possibilidade de chuva neste fim de semana aqui em Buenos Aires. Ainda bem, porque ela sempre causa mudanças na programação de todas equipes, mesmo quando não está muito forte. E como ainda não resolvemos o problema do embaçamento interno dos pára-brisas, também prejudica a segurança. Mas desta vez estamos livres dela. Vamos ter tempo bom na sexta-feira, no sábado e no domingo, e aí tudo volta à normalidade”, comemora o piloto da Embratel.
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