De lanterna em 2024 a competidora sólida no pelotão intermediário em 2025, a Sauber finalmente tem novas perspectivas na Fórmula 1. Com uma nova dupla de pilotos formada pelo veterano Nico Hülkenberg e o estreante Gabriel Bortoleto, o time de Hinwil alcançou um notável salto de desempenho que os coloca, até o recesso do verão, na sétima posição no Mundial de Construtores – uma evolução significativa em comparação ao desastroso último lugar do ano anterior.
Com momentos de glória, frustrações e promessas para o futuro, o primeiro semestre da temporada tem sido, para a Sauber, um marco de reconstrução e esperança.
O momento de ouro: Pódio histórico de Hülkenberg
Sem dúvida, o ponto alto da temporada – e da carreira de Nico Hülkenberg – aconteceu em Silverstone. Aos 38 anos e após 239 largadas, o alemão finalmente subiu ao pódio da Fórmula 1 com um improvável terceiro lugar no GP da Inglaterra.
Largando da 19ª posição sob condições climáticas imprevisíveis, Hülkenberg foi cirúrgico na estratégia e implacável na execução. A vitória pessoal foi celebrada com mais de 700 mensagens de felicitações, segundo o próprio piloto.
Além de ter sido o primeiro pódio de Hülkenberg, o resultado marcou o fim de uma longa seca da Sauber: a última vez que a equipe havia figurado entre os três primeiros foi em 2012, com Kamui Kobayashi no Japão.

Duelo interno: Experiência vs Juventude
Apesar do brilho do alemão nas corridas, é Gabriel Bortoleto quem lidera o placar nas classificações: 8 a 6 no confronto direto de sábado. O ponto alto do brasileiro foi o sétimo lugar no grid do GP da Hungria – sua melhor performance em classificação até aqui.
Por outro lado, nas corridas, é Hülkenberg quem leva vantagem: 8 a 5, considerando os resultados finais em domingos. E vale destacar que essa vantagem só não é maior por conta da desclassificação sofrida no Bahrein, devido ao desgaste irregular do skid block do carro #27.
Mesmo assim, Bortoleto tem demonstrado notável evolução. O atual campeão da F2 iniciou a temporada de forma discreta, mas emplacou bons resultados nas últimas etapas: oitavo na Áustria, nono na Bélgica e um excelente sexto lugar na Hungria, mostrando que está se adaptando rapidamente ao desafio da F1.

O pior momento: Início de temporada turbulento
Entre as rodadas 2 e 8, a Sauber passou em branco – sem pontuar sequer uma vez. Um início que poderia sugerir mais um ano sofrido para o time suíço. O pior veio no Bahrein, quando Hülkenberg foi desclassificado e Bortoleto terminou apenas em 18º.
O brasileiro também enfrentou momentos difíceis, com três abandonos até agora – na Austrália, Miami e Silverstone. Este último um pouco mais complicado, pois ocorreu no mesmo fim de semana em que seu companheiro conquistava o primeiro pódio da equipe em mais de uma década. Bortoleto assumiu o erro, explicando que sua escolha por pneus slick no início da corrida foi precipitada e acabou culminando em um abandono precoce.
Perspectivas para o segundo semestre
Faltando dez corridas para o fim do campeonato, a Sauber tem pela frente um objetivo claro: consolidar sua posição como a melhor equipe do pelotão intermediário, mas a missão não é nada fácil. Com apenas um ponto de desvantagem para a Aston Martin e 19 para a Williams, o quinto lugar nos Construtores não é um sonho distante – é uma meta realista.
Além disso, a iminente transformação da equipe na futura Audi F1 Team, prevista para 2026, adiciona um senso de urgência e propósito. O trabalho do novo chefe de equipe, Jonathan Wheatley – que assumiu em abril – já mostra frutos. A estabilidade técnica e a confiança nos pilotos estão criando um alicerce importante para a nova era.
A mistura entre a consistência experiente de Hülkenberg e o crescimento rápido de Bortoleto é um dos trunfos da equipe. Se consegui manter o nível de performance e minimizar os erros estratégicos, a Sauber poderá não apenas subir na tabela em 2025, mas também iniciar 2026 com uma base sólida sob novos regulamentos.
