No Paddock da F1: Missão impossível? Tabu e calor extremo no tira-teima de Verstappen

Depois de duas vitórias seguidas, Verstappen encara Marina Bay como teste máximo de sua recuperação no campeonato — em um território onde ele e a Red Bull nunca brilharam

Max Verstappen chega a Singapura embalado por duas vitórias consecutivas — em Monza e no Azerbaijão — que recolocaram o tetracampeão no debate pelo título de 2025. Mas a corrida no circuito de Marina Bay carrega um peso extra: é o único palco atual do calendário onde o holandês nunca venceu e, ao mesmo tempo, lembra a equipe de um dos pontos mais baixos da temporada, o GP da Hungria, quando o carro foi incapaz de competir e Verstappen cruzou a linha em nono, a 72 segundos do vencedor Lando Norris.

Laurent Mekies, chefe da Red Bull, acredita que a equipe conseguiu “destravar” desempenho desde o desastre em Budapeste. “É justo dizer que conseguimos liberar um pouco de performance do carro depois da Hungria, independentemente dos problemas que tivemos lá”, disse. “Não acredito que Singapura será uma repetição daquele fim de semana. É cedo para falar em vitória, mas não será como Budapeste.”

Ainda assim, há cautela. Helmut Marko lembrou que, além da alta carga aerodinâmica semelhante ao Hungaroring, Singapura adiciona outro complicador: o calor extremo. “É muito quente, e nosso carro não gosta tanto dessas condições. Vai ser o verdadeiro teste para ver onde estamos”, afirmou.

Para Verstappen, o desafio é duplo: confirmar a evolução do RB21 e apagar a última estatística incômoda em sua carreira — nunca ter vencido em Singapura, apesar de já somar 67 vitórias na F1. Marina Bay é um circuito que combina curvas de baixa velocidade, necessidade de downforce máximo e gestão extrema de pneus em um ambiente quente e úmido, o que sempre foi uma equação difícil para a Red Bull nos últimos anos.

Agora, porém, o clima interno é de otimismo. “Em Singapura você muda um pouco a equação”, completou Mekies. “Mantém as curvas de baixa, mas vai para o máximo de pressão aerodinâmica. Sofremos em Budapeste, sofremos até antes disso, mas estamos mais confiantes do que lá. Vamos ver se será suficiente.”

O GP de Singapura se desenha, portanto, como divisor de águas: ou confirma a recuperação da Red Bull e mantém vivas as esperanças de Verstappen no campeonato, ou expõe novamente as limitações do carro em pistas de alta carga e clima extremo — justamente os ingredientes que Marina Bay promete entregar.

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Foto: XPB Images

Singapura como tira-teima da temporada
Singapura se apresenta como a prova real para medir até onde vai a recuperação da Red Bull e as chances de Verstappen no campeonato. Historicamente, Marina Bay nunca foi terreno fértil para a equipe — o holandês, apesar de seus 67 triunfos, jamais venceu por lá. Trata-se de um circuito que não perdoa falhas, onde até mesmo o talento individual encontra limites diante da combinação de calor, umidade, curvas de baixa velocidade e exigência máxima de downforce.

Mekies tem razão quando cita que o clima é adverso para todos, mas a equação é clara: a McLaren parece ser o time menos vulnerável nesse aspecto. Norris e Piastri dispõem de um carro mais estável em condições extremas, e isso reforça o peso da missão de Verstappen. Ele não conta com uma Mercedes ou uma Ferrari forte o suficiente para atrapalhar os rivais diretos, e enfrenta praticamente sozinho a dupla de Woking.

Se Singapura confirmar a evolução vista em Monza e Baku, Verstappen mantém viva a chama de uma reviravolta improvável. Mas se a Red Bull voltar a tropeçar, como em Budapeste, o título pode ficar praticamente fora de alcance. Marina Bay, portanto, será mais do que uma corrida: será o tira-teima definitivo sobre o que esperar de Verstappen e da Red Bull na reta final da temporada.



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