O intervalo de verão da Fórmula 1, tradicionalmente, é o ponto ideal para avaliar tendências. É quando os números deixam de ser mera estatística e passam a contar a história da temporada. Ao comparar o panorama de 2024 com o de 2025 após 14 corridas, fica claro: a categoria viveu uma transformação radical. A McLaren tomou o poder, a Red Bull perdeu o domínio, a Ferrari estacionou no meio do caminho e uma nova geração começa a desafiar os veteranos.
Se em anos recentes os veteranos ditavam o ritmo, a comparação com 2024 mostra que o cenário mudou. Jovens talentos como Oscar Piastri, Lando Norris e George Russell subiram de patamar, enquanto nomes consagrados como Lewis Hamilton, Fernando Alonso e até mesmo Max Verstappen já não desfrutam da mesma supremacia.
O salto da McLaren: de promessa a potência
Se em 2024 a McLaren já mostrava sinais de competitividade, em 2025 ela consolidou sua ascensão como a equipe a ser batida. Oscar Piastri é a personificação dessa virada. O australiano saltou de 167 para 284 pontos, uma diferença impressionante de 117 que o coloca no topo da tabela de pilotos.
Lado a lado, Lando Norris também exibe crescimento expressivo: de 199 para 275 pontos (+76). A dupla não apenas divide vitórias e pódios, como reescreve a hierarquia da F1. A última vez que a McLaren viveu uma rivalidade interna tão intensa foi nos tempos de Ayrton Senna e Alain Prost, no final dos anos 1980.
A queda da Red Bull e de Verstappen
No outro extremo do gráfico está a grande surpresa negativa: Max Verstappen. O tricampeão mundial, que em 2024 somava 277 pontos após 14 etapas, aparece agora com apenas 187. São 90 pontos a menos e, mais do que isso, a constatação de que a Red Bull deixou de ser a máquina imbatível dos anos anteriores.
A mudança não significa que Verstappen esteja fora da briga daqui para frente, mas a imagem de piloto imbatível ruiu. O holandês agora corre atrás de uma McLaren mais veloz, estável e agressiva no desenvolvimento.
Veja o gráfico que compara a pontuação dos pilotos após 14 corridas em 2024 vs 2025:

Mercedes em reconstrução, Russell em alta
A Mercedes, após anos de dificuldades, ensaia uma retomada. George Russell saltou de 116 para 172 pontos (+56), consolidando-se como o novo líder da equipe. O britânico carrega a responsabilidade de conduzir a equipe na era pós-Hamilton e vem respondendo à altura.
Já Lewis Hamilton, em sua temporada de estreia na Ferrari, mostra uma curva descendente: de 150 para 109 pontos (-41).
Ferrari: consistência sem progresso
Na Ferrari, o retrato é de estagnação. Charles Leclerc praticamente manteve sua pontuação (177 em 2024 contra 172 em 2025), sinal de que a equipe italiana não conseguiu dar o salto necessário para lutar pelo título. Carlos Sainz, atualmente na Williams, tinha 162 nessa altura de 2024 contra os atuais 109 de Hamilton, seu substituto em Maranello.
Sainz simboliza a maior queda em relação a 2024. O espanhol aparece com apenas 16 pontos nesta temporada — uma diferença brutal de -146. Sua mudança para a Williams transformou-o de protagonista a figurante.
