Mercado de pilotos na F1: o que ainda não está definido para 2026

Cadillac estreia, Red Bull avalia mudanças e Alpine define rumo: os bastidores do mercado para 2026

O mercado de pilotos para 2026 se desenha de forma única na Fórmula 1 recente: uma nova equipe confirmada, a Cadillac, entra no grid pela primeira vez desde 2016, ampliando o número de vagas e adicionando novas variáveis à equação política e esportiva da F1. Ao mesmo tempo, seis times já definiram ou encaminharam suas duplas com antecedência, mirando estabilidade antes da mudança de regulamento técnico do ano que vem.

Essa combinação entre expansão do grid e antecipação estratégica gera um efeito curioso: há poucos assentos em aberto, mas todos com potencial de reconfigurar o equilíbrio do pelotão intermediário e influenciar o caminho de jovens promessas, veteranos em transição e projetos de longo prazo.

Para 2026, mais da metade do grid já trabalha com previsibilidade e planejamento estruturado. McLaren, Ferrari, Aston Martin, Williams, Haas e Audi caminham para a nova era com suas duplas consolidadas. Os nós do mercado estão concentrados em três eixos: a decisão da Red Bull sobre seu segundo piloyo, a escolha da Alpine para formar seu time e os primeiros movimentos oficiais da Cadillac.

Cada uma dessas escolhas tem potencial de disparar reações em cadeia. E, com a temporada prestes a reiniciar em Zandvoort, o mercado deve acelerar com a mesma intensidade das disputas em pista. O tabuleiro de 2026 está quase completo, mas peças mais importantes ainda estão em jogo. O F1Mania.net traça o panorama para você.

Mercado de pilotos na F1: o que ainda não está definido para 2026
Foto: Jose Mario Dias/JMD.Photo

O que já está amarrado

McLaren – A equipe de Woking lidera em performance e também em estabilidade. Lando Norris e Oscar Piastri têm contratos plurianuais e desempenhos consistentes em 2025. A McLaren entra em 2026 com uma dupla consolidada, ambiente técnico coeso e um projeto em evolução.

Ferrari – Charles Leclerc renovou seu acordo de longa duração e Lewis Hamilton chegou com contrato de múltiplos anos. A prioridade é blindar a dupla para a nova era, mesmo com oscilações recentes. A Ferrari aposta que tempo e estrutura operacional definirão os resultados a partir de 2026.

Aston Martin – Fernando Alonso renovou até o ciclo do novo regulamento e Lance Stroll segue no time com apoio familiar e contrato vigente. A dupla não deve mudar, a menos que algo externo altere os planos da marca.

Williams – Com Alexander Albon renovado até 2027 e Carlos Sainz contratado com foco em liderança técnica, a Williams aposta em continuidade. A dupla mistura experiência, velocidade e visão de longo prazo, sinalizando a ambição de Grove com o novo regulamento.

Haas – A equipe norte-americana confirmou cedo sua formação para 2026: Ollie Bearman e Esteban Ocon, ambos com contratos plurianuais. A ideia é construir uma base estável, misturando juventude e bagagem, para atravessar a transição com identidade definida.

Audi/Sauber – Em preparação para a estreia oficial da Audi, a equipe já fechou com Nico Hülkenberg e Gabriel Bortoleto para seu ano de estreia, ambos em contratos plurianuais. A dupla reflete uma estratégia clara: unir um veterano confiável com um jovem de projeção.

(L to R): Fernando Alonso (ESP) Aston Martin F1 Team with Gabriel Bortoleto (BRA) Sauber on the drivers' parade.
Foto: XPB Images

Os dois assentos que valem ouro

Red Bull – a vaga ao lado de Verstappen
Max Verstappen segue com contrato até 2028 e já reiterou que permanece para 2026. A vaga ao seu lado, porém, é a mais cobiçada do grid e permanece indefinida. O desempenho inconsistente de Yuki Tsunoda em 2025 fragilizou sua posição, enquanto Liam Lawson e Isack Hadjar aparecem como opções com diferentes perfis: um com experiência prévia, outro com projeção de longo prazo. Lawson teve uma passagem rápida pela Red Bull no começo do ano e, depois de desempenhos ruins, foi substituído por Tsunoda ainda no Japão. A Red Bull deve esperar algumas corridas pós-pausa para tomar a decisão, mas nos bastidores cresce a percepção de que o assento não permanecerá com Tsunoda e e de que Hadjar deve ser o companheiro de Verstappen no ano que vem.

Alpine – o parceiro de Gasly
Pierre Gasly tem contrato até 2026, mas o seu companheiro de equipe ainda é uma interrogação. Franco Colapinto foi testado em parte da temporada atual, mas sem desempenho expressivo. A escolha dependerá do plano técnico da equipe para a nova geração de carros e da leitura sobre que tipo de piloto pode acelerar a transição: um experiente que traga direção, ou um nome em desenvolvimento com margem de crescimento.

F1 2024, Fórmula 1, GP do México, Hermanos Rodríguez
Foto: XPB Images

A novidade de 2026: a entrada da Cadillac
A Cadillac estreia em 2026 e amplia o grid para 11 equipes. O projeto, que começa com motor-cliente da Ferrari até a chegada da unidade própria da GM em 2028, ainda não anunciou seus pilotos, mas já conversa com nomes de perfis distintos: ex-F1 com experiência técnica, jovens em ascensão e pilotos com apelo de marketing nos Estados Unidos – esse último menos provável. São duas vagas que podem redesenhar a base do pelotão e abrir espaço para retornos, estreias e reposicionamentos.

Entre os nomes mais cotados para liderar esse projeto, surgem Valtteri Bottas e Sergio Pérez, dois veteranos com experiência técnica e bom trânsito comercial. Ambos ainda buscam reposicionamento no grid, e a proposta da Cadillac pode oferecer protagonismo em um projeto de médio prazo.

Nos bastidores, também cresce o nome de Felipe Drugovich, que trabalha silenciosamente para voltar ao radar com uma combinação de apoio de patrocinadores e experiência reconhecida na Aston Martin. Esse movimento da Cadillac se entrelaça diretamente com outra decisão importante do mercado: a escolha da Alpine sobre manter ou não Colapinto como titular. Se a equipe francesa optar por um perfil mais experiente, pode abrir espaço para mais uma peça se mover nesse tabuleiro sensível.

Como ficam os demais tabuleiros

Mercedes – Tudo caminha para a permanência de George Russell e Kimi Antonelli. A equipe evita declarações oficiais, mas o discurso é de continuidade. O desempenho de Antonelli na segunda metade de 2025 pode influenciar o tipo de respaldo que ele terá em 2026, mas não há movimento claro por troca. Russel também indicou sua continuidade na equipe alemã.

Racing Bulls – A formação da equipe depende da decisão da Red Bull principal. Caso haja promoção de Lawson ou Hadjar, abre-se uma vaga que pode ser ocupada por outro membro da academia ou até por um nome externo. É o tabuleiro mais sensível ao “efeito dominó”.

Entre os cotados para essa eventual vaga na Racing Bulls, o nome que mais ganha força é o de Arvid Lindblad. O jovem britânico, atualmente 7▼ colocado na F2, é considerado um dos talentos mais promissores da academia Red Bull e já vem sendo preparado com foco no médio prazo. Nesta temporada, ele participou de um teste privado com um AT04 da Racing Bulls em Ímola.

Mercado de pilotos na F1: o que ainda não está definido para 2026
Foto: Red Bull Content Pool

Como se fecha o tabuleiro

Para 2026, mais da metade do grid já trabalha com previsibilidade e planejamento estruturado. McLaren, Ferrari, Aston Martin, Williams, Haas e Audi caminham para a nova era com suas duplas consolidadas. Os nós do mercado estão concentrados em três eixos: a decisão da Red Bull sobre o segundo assento, a escolha da Alpine para formar seu time e os primeiros movimentos oficiais da Cadillac.

Cada uma dessas escolhas tem potencial de disparar reações em cadeia, redistribuindo talentos entre equipes, academias e categorias de base. E, com a temporada prestes a reiniciar em Zandvoort, o mercado deve acelerar com a mesma intensidade das disputas em pista. O tabuleiro de 2026 está quase completo — mas as peças mais importantes ainda estão em jogo.



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