O governo da África do Sul anunciou apoio oficial a um projeto que visa trazer a Fórmula 1 de volta ao país. A Ministra da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, confirmou na última sexta-feira (5) que a proposta preferida do governo foi apresentada por Tom Pearson-Adams, CEO das 9 Horas de Kyalami.
A proposta de Kyalami já vinha sendo considerada favorita desde julho, segundo o PlanetF1. Porém, o projeto não conta com verbas públicas, o que gera incertezas. Segundo Ntshavheni, “a licitação é totalmente apoiada financeiramente pelo respeitado setor privado sul-africano e, se bem-sucedida, contribuirá para a criação de empregos e o desenvolvimento econômico”.
Apesar do endosso, isso não garante o retorno imediato da F1 ao país. A falta de envolvimento financeiro do Estado é vista como desvantagem. O processo de escolha gerou críticas. Igshaan Almay, CEO do projeto Cape Town Grand Prix South Africa, questionou a exigência de pagamento para participar:
“O Grande Prêmio da Cidade do Cabo vê todo este processo como um processo falho, porque, em primeiro lugar, em nenhum lugar da África do Sul, na nova democracia, houve uma exigência de que se pague 10 milhões de rands [para licitar] para trazer um evento para o país.”

“O pagamento de um depósito de 10 milhões de rands para apoiar uma submissão de licitação aberta não deve ser o fator determinante para que uma licitação seja considerada ou não, principalmente quando não altera em nada a economia de uma proposta. Depois, quando o documento da licitação foi divulgado, tivemos menos de 10 dias para enviar toda a nossa proposta, incluindo um depósito de 10 milhões de rands – uma licitação para sediar um grande evento esportivo global.”
“Só depois que pressionamos por uma prorrogação para incentivar um processo justo é que uma extensão surgiu.”
O processo foi iniciado pelo Ministro dos Esportes, Gayton McKenzie, que afirmou: “Sediar um Grande Prêmio de Fórmula 1 impulsionaria nossa economia, turismo e desenvolvimento, ao mesmo tempo que mostraria a África do Sul como um destino esportivo global premier. Esta prorrogação garante que os licitantes tenham tempo para preparar propostas excepcionais. O Ministério insta as partes interessadas a usarem esta oportunidade para apoiar as ambições de Fórmula 1 da África do Sul.”
Apesar do interesse africano, o retorno da F1 enfrenta concorrência global. A Tailândia é forte candidata a entrar no calendário até 2028, com apoio governamental. Portugal, Turquia e Itália também estão na disputa.
