A Ferrari deu sequência ao seu plano de evolução na temporada 2025 da Fórmula 1 com um importante teste realizado nesta quinta-feira (17) no circuito de Mugello. A atividade, limitada a 200 quilômetros, aconteceu dentro de um dia oficial de filmagens e contou com a presença dos dois titulares da equipe, Charles Leclerc e Lewis Hamilton.
A principal novidade do dia foi o primeiro teste de pista da nova suspensão traseira desenvolvida para o carro atual. A atualização, segundo o jornal italiano La Gazzetta dello Sport, altera significativamente o ponto de fixação do braço superior da suspensão, exigindo modificações estruturais complexas na carenagem de fibra de carbono que cobre a caixa de câmbio.
“Executar essa modificação é algo absolutamente não trivial”, explicou o jornalista Paolo Filisetti. “É preciso garantir que o novo ponto de fixação seja capaz de suportar as cargas geradas, o que envolve reforços estruturais importantes na parte traseira do carro.”
A expectativa da Ferrari é que essa atualização na suspensão potencialize os ganhos já observados com o novo assoalho, introduzido nas últimas etapas do campeonato. Apesar de os títulos de pilotos e construtores estarem fora de alcance, a equipe italiana quer consolidar sua posição como a principal adversária da McLaren no grid e se manter à frente de Mercedes e Red Bull na luta pelo vice-campeonato.
“Estamos melhorando o carro passo a passo”, disse Leclerc. “Ainda não estamos em um ponto em que possamos nos considerar satisfeitos, mas voltamos a avançar no desenvolvimento. O novo assoalho representou um progresso, e o próximo lote de atualizações, incluindo essa suspensão, deve nos aproximar da McLaren. Não acho que vamos alcançá-los, mas podemos ficar perto o suficiente para pressionar.”

A relação entre Hamilton e o carro da Ferrari também está evoluindo. O heptacampeão revelou que ainda busca o acerto ideal, mas confirmou que tem se aproximado das preferências de Leclerc nos últimos GPs.
“Charles encontrou o melhor caminho com o acerto e sabe como tirar o máximo do carro”, disse Hamilton. “Eu testei várias direções diferentes, mas ainda não encontrei exatamente o que procuro. Estou me acostumando aos poucos com esta Ferrari, e os novos desenvolvimentos nos dão esperança de que vamos dar mais um passo em breve.”
De acordo com Jerome D’Ambrosio, chefe-adjunto da equipe, Hamilton tem gradualmente se adaptado ao estilo de pilotagem de Leclerc, especialmente em relação ao equilíbrio do carro. “Nas últimas corridas, Lewis tem se aproximado das preferências do Charles, que tem usado um acerto mais propenso ao sobresterço. Isso funcionou bem para ele, e agora também está funcionando para o Lewis”, destacou o dirigente.
Embora o teste em Mugello tenha sido realizado sob as limitações de um dia de filmagens, o foco esteve voltado à coleta de dados e às impressões dos pilotos sobre a nova suspensão, que pode ser incorporada de forma definitiva nas próximas etapas do campeonato.
Mais do que buscar resultados imediatos, o trabalho em Mugello também é parte fundamental do processo de construção do carro de 2026, que será completamente redesenhado para atender ao novo regulamento técnico da Fórmula 1.
“Quero garantir que, no próximo ano, eu não passe novamente por esse processo de tentativa e erro com o acerto”, completou Hamilton. “Quero ter certeza de que o carro de 2026 tenha um pouco do meu DNA.”
Com a próxima etapa marcada para o fim de semana de 25 a 27 de julho no tradicional circuito de Spa-Francorchamps, no GP da Bélgica, a Ferrari segue focada em consolidar os avanços e se manter firme na briga pelas primeiras posições no campeonato de construtores.
