Ferrari mantém Vasseur como chefe: o que isso muda para a F1 2026?

A Ferrari confirmou nesta quarta-feira (31) a permanência de Frederic Vasseur no comando da equipe para além da temporada 2025 da Fórmula 1. A decisão põe fim aos rumores de uma possível mudança na liderança técnica e reforça a aposta da Scuderia em estabilidade para encarar a profunda reformulação que a categoria viverá a partir de 2026. Mas o que exatamente essa renovação muda para o futuro da equipe mais tradicional da F1?

Continuidade em um momento-chave
Desde que assumiu o comando da Ferrari no início de 2023, Vasseur lidera uma reestruturação que ainda busca resultados consistentes, mas já mostra avanços na base técnica e na gestão interna. Em meio a um cenário em que diversas equipes estão revisando suas lideranças antes da virada do regulamento, manter o francês no posto indica que a Ferrari prefere uma transição técnica linear, sem sustos.

A permanência de Vasseur garante que a arquitetura do projeto para 2026 — incluindo chassi, unidade de potência, estrutura de fábrica e até os processos de tomada de decisão — siga sob uma mesma filosofia. Em um ambiente onde a Fórmula 1 passará por mudanças profundas, como carros menores, motores com mais potência elétrica e novas regras aerodinâmicas, essa coesão pode fazer diferença.

Leclerc ganha força no projeto
A renovação também consolida o papel de Charles Leclerc como figura central do futuro da equipe. Com contrato já estendido até 2029, o monegasco é hoje o piloto mais alinhado com Vasseur, com quem tem relação próxima desde os tempos de Sauber. A dupla tem trabalhado em conjunto na definição das características desejadas para o carro de 2026, incluindo demandas específicas de pilotagem e comportamento em pista.

Do outro lado, Lewis Hamilton ainda enfrenta um processo de adaptação à cultura ferrarista. Embora sua presença traga relevância esportiva e comercial, o heptacampeão ainda não conseguiu igualar o desempenho de Leclerc em 2025 — e terá que se ajustar à dinâmica interna já consolidada entre Vasseur e o monegasco. A manutenção da liderança reforça que a Ferrari não pretende romper com essa estrutura no curto prazo.

Ferrari mantém Vasseur como chefe: o que isso muda para a F1 2026?
Foto: XPB Images

No longo prazo…
Ao contrário do passado recente, quando a Ferrari promoveu diversas trocas em sua direção técnica, a escolha por manter Vasseur indica uma aposta em maturidade. Não há sinais de rompimentos ou soluções imediatistas — o foco está em preparar uma estrutura sólida para 2026, com processos bem definidos e decisões tomadas com base em dados e planejamento, não em pressão política ou midiática.

Além disso, a experiência de Vasseur na integração entre equipes de fábrica e áreas técnicas, bem como seu histórico com projetos de base (como ART e Renault), o coloca como um gestor ideal para construir um ciclo de crescimento duradouro. Ele conhece os bastidores da F1, sabe onde cortar atalhos e onde é preciso paciência — algo que faltou em gestões anteriores da Ferrari.

O que esperar da Ferrari em 2026?
Com a permanência de Vasseur, a Ferrari garante não apenas um nome no comando, mas uma filosofia de projeto. O desenvolvimento do novo carro já começou em Maranello e envolverá decisões críticas em relação à nova unidade de potência híbrida, ao novo formato aerodinâmico e ao impacto da eletrificação. Vasseur será o elo entre as ambições técnicas e a execução prática.

Se a aposta dará certo, só o tempo – e a pista – dirá. Mas ao manter seu comandante, a Ferrari sinaliza que não está disposta a correr riscos desnecessários no momento mais delicado da década para as equipes da Fórmula 1. Em vez de recomeçar, a Scuderia escolhe continuar — e, talvez, colher os frutos dessa consistência quando os novos carros tomarem o grid em 2026.



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