Toto Wolff afirmou que as dificuldades enfrentadas por Lewis Hamilton na Ferrari não são novidade, já que o heptacampeão viveu desafios semelhantes com os carros de efeito solo ainda na Mercedes. Para o dirigente, a diferença é que agora o britânico lida com esses obstáculos em um ambiente novo e menos familiar.
“Lewis já teve essas emoções conosco também. Teve momentos ruins, em que sentia que a estratégia estava contra ele. Eu o conheço bem, sabia quando era a hora de abraçá-lo imediatamente ou dar meia hora para esfriar a cabeça, e então as coisas voltavam ao normal”, disse Wolff em entrevista.
O chefe da Mercedes destacou que a transição para outra equipe mudou a dinâmica de como Hamilton pode expressar suas frustrações: “Quando você está na sua família, pode gritar e todo mundo entende o motivo. Em um ambiente novo, você não conhece tão bem as pessoas, mas ainda quer gritar. A dinâmica é desconhecida, e isso certamente torna as coisas menos fáceis.”
Mesmo com as dificuldades, Wolff entende que a decisão de Hamilton de deixar a Mercedes rumo à Ferrari segue justificável: “Todos os motivos que ele tinha para ir à Ferrari continuam válidos. Ele precisava de uma mudança de ambiente, e nós também. Não éramos tão competitivos quanto gostaríamos, e a Ferrari parecia melhor. Todo piloto sonha em correr na Ferrari. Ele gosta do vermelho, e o acordo era muito bom. Esses motivos ainda são válidos hoje”, acrescentou.

Atualmente, Charles Leclerc soma 46 pontos a mais que Hamilton, com oito corridas restantes na temporada 2025 da Fórmula 1. O britânico ainda busca seu primeiro pódio em um GP pela Ferrari. Apesar da fase atual, Wolff rejeita qualquer insinuação de que o desempenho de Hamilton esteja relacionado à idade: “Você não perde sua capacidade de um dia para o outro. Um atleta pode compensar uma queda em algumas áreas com excelência em outras. A experiência pode compensar uma menor velocidade em volta única. Fernando (Alonso) sempre conseguiu fazer isso. Acredito que, com um carro que lhe dê confiança e retorno, Lewis ainda pode ser muito bom”, completou.
Para Wolff, o sete vezes campeão de Fórmula 1 ainda tem condições de voltar ao mais alto nível, desde que a Ferrari consiga oferecer o equipamento adequado.
