O chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff, atribuiu ao comportamento inconsistente do W16 as dificuldades enfrentadas por Kimi Antonelli em sua temporada de estreia na Fórmula 1. Segundo o dirigente austríaco, as características do carro têm tornado “mais difícil” a adaptação do jovem italiano, de apenas 18 anos, ao mais alto nível do automobilismo.
Antonelli iniciou o ano com bom desempenho, marcando pontos em cinco das seis primeiras etapas. No entanto, após esse início promissor, passou a enfrentar uma sequência de resultados negativos. Tirando o brilho do seu primeiro pódio na F1, no GP do Canadá, o piloto não conseguiu terminar no top 10 em outras sete corridas seguidas.

A sequência ruim significou que Antonelli não somou um único ponto na Europa até a última etapa antes da pausa de verão, o GP da Hungria, quando cruzou a linha de chegada na décima posição.
O ponto crítico dessa queda de rendimento, segundo Wolff, foi uma atualização na suspensão traseira introduzida em Imola. A mudança comprometeu o desempenho do carro e, combinada com erros e falta de sorte, minou a confiança do estreante. Quando a Mercedes voltou atrás no desenvolvimento durante o GP da Hungria, Antonelli voltou a pontuar imediatamente. Ainda assim, fora a exceção de Montreal, o período serviu como um teste mental para o jovem piloto.
Apesar das dificuldades, Wolff acredita que passar por esse tipo de situação faz parte da trajetória de um talento considerado “geracional” rumo a se tornar campeão. “Kimi é um talento enorme: rápido, inteligente, mas muito jovem. Eu disse desde o começo: ele vai cometer erros, nós sabemos disso, e não o contrataríamos se não estivéssemos cientes. Infelizmente, nosso carro não é muito consistente, e isso dificulta sua adaptação. Mas enfrentar essas dificuldades também faz parte do processo de se tornar um campeão”, afirmou Wolff ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport.

A Mercedes vem adotando cautela na gestão da carreira de Antonelli, oferecendo apoio desde as categorias de base até sua estreia na F1. Ainda assim, Wolff reconhece que a situação é inédita para todos os envolvidos. “Acho que é uma experiência de aprendizado para todos nós. Nunca tivemos alguém tão jovem em nossa equipe, e a Fórmula 1, de modo geral, nunca teve um piloto de dezoito anos em uma equipe de ponta. Estamos tentando trabalhar juntos, também com a família dele, para criar um ambiente no qual Kimi possa mostrar o melhor de si na pista”, completou o dirigente.
Com a pausa de verão servindo como um momento para reorganizar estratégias, a Mercedes espera que o segundo semestre traga mais consistência para Antonelli — e que a experiência acumulada até aqui se traduza em resultados mais sólidos na disputa da temporada.
