A Williams conseguiu um feito raro na Fórmula 1, ao vencer um pedido de revisão de punição envolvendo Carlos Sainz no GP da Holanda. O espanhol havia recebido dez segundos de penalidade e dois pontos na superlicença após colisão com Liam Lawson em Zandvoort, mas a equipe apresentou novas evidências que mudaram a avaliação dos comissários da FIA.
Segundo o chefe da equipe, James Vowles, o processo foi conduzido com cautela e preparação detalhada: “Quisemos garantir que não iríamos perder tempo reagindo de forma precipitada. Analisamos as imagens na segunda-feira, conversamos com Carlos e, só então, decidimos seguir com o pedido”, disse ele.
Para que uma revisão seja aceita, é necessário apresentar informações novas, significativas e que não estavam disponíveis aos comissários no momento da decisão original. Vowles destacou que a maior parte das imagens já havia sido analisada durante a corrida, mas a equipe conseguiu encontrar um ângulo inédito da câmera de Lawson, que mostrava uma breve perda de controle do carro antes da batida.
“Foi um trabalho de avaliar qual evidência poderíamos reunir para levar o caso ao ponto necessário. Precisávamos de algo realmente novo e relevante, caso contrário, não haveria justificativa para a revisão”, afirmou o dirigente.

A estratégia deu certo, pois embora a penalidade de tempo já tivesse sido cumprida, os comissários decidiram retirar os pontos aplicados na superlicença de Sainz. Para Vowles, o resultado mostra a importância de agir com responsabilidade diante da FIA: “Queríamos ter certeza de que estávamos respeitando o processo e não desperdiçando o tempo de ninguém”, acrescentou.
Esse desfecho representa uma das poucas vitórias de equipes da F1 em revisões desse tipo. Apenas três haviam sido bem-sucedidas nas últimas seis temporadas. O caso da Williams pode abrir caminho para que outras equipes considerem o recurso em situações semelhantes no futuro.
