Retorno da Fórmula 1 à Globo marca uma nova era para o automobilismo na TV; projeto multiplataforma reposiciona a categoria e promete o maior alcance da história
A Fórmula 1 voltará à tela da Globo em 2026 com um projeto que reposiciona o automobilismo como um dos pilares do conteúdo esportivo da emissora. O pacote, apresentado nesta segunda-feira (14) ao mercado publicitário, reúne transmissões na TV aberta, sportv, Globoplay, ge.globo e redes sociais, em um formato que a própria Globo define como “o maior projeto multiplataforma da história da Fórmula 1 no Brasil”.
O contrato começa em dezembro de 2025, com validade para toda a temporada de 2026 — marcando o retorno da principal categoria do automobilismo mundial ao canal que foi sua casa por quase quatro décadas.
Transmissões em todas as telas
Na TV Globo, serão 15 GPs transmitidos ao vivo, além de compactos e reprises das demais etapas. O Esporte Espetacular volta a exibir os pódios ao vivo, reforçando a cobertura editorial dos domingos de corrida.
O sportv transmitirá as 24 etapas da temporada, incluindo seis corridas Sprint, treinos livres e classificatórios, com simulcast integral pelo Globoplay. A cobertura jornalística será diária, com mais de 100 matérias nos programas da Globo e outras 176 na programação do sportv, integrando desde o Jornal Nacional até o Tá na Área.
Etapas transmitidas ao vivo na TV Globo (2026)
A Globo exibirá apenas seis pódios ao vivo da temporada 2026 da Fórmula 1, todos dentro do programa Esporte Espetacular. Diferente da Band, que mostrava todas as cerimônias em tempo real, a emissora optou por um formato mais enxuto, priorizando algumas etapas selecionadas. O GP de São Paulo está nessa lista, enquanto os demais ainda não foram divulgados oficialmente.
Conteúdo original e nova linguagem
A emissora também aposta em novos formatos para atrair públicos além do tradicional fã de F1. Entre as novidades, está um programa semanal dedicado à categoria, exibido às sextas-feiras em fins de semana de GP, na segunda linha de shows da Globo. Com cenário inspirado em uma garagem de equipe, o formato vai misturar informação, entretenimento e humor, e terá 15 edições por temporada.
O Auto Esporte ganhará um quadro fixo patrocinado, exibido aos domingos antes das corridas matinais, com 12 episódios ao longo do ano. A proposta é mostrar bastidores, curiosidades, entrevistas e o clima das cidades que recebem os GPs.
Além disso, serão produzidas séries especiais de pré-temporada nos principais telejornais e programas esportivos da casa, com foco em tecnologia, bastidores e na presença do brasileiro Gabriel Bortoleto, que fez sua estreia na Fórmula 1 em 2025 pela Sauber e será piloto da Audi no ano que vem.
Grande Prêmio de São Paulo como eixo central
O GP de São Paulo, no Autódromo de Interlagos, será o ponto alto da cobertura e a vitrine comercial do projeto. A Globo prepara uma operação de grande porte, com transmissões ao vivo de todas as sessões (treinos livres, classificação, Sprint e corrida), equipe in loco, estrutura ampliada de estúdios e presença simultânea em todas as plataformas do grupo.
O evento será tema de programas especiais antes e depois da etapa, com participações em Fantástico, Jornal Nacional, Globo Esporte e Esporte Espetacular, além de quadros de bastidores e lifestyle.
O plano inclui ainda ações de mídia exterior em parceria com a Eletromidia, com campanhas integradas nas ruas de São Paulo durante a semana do GP — incluindo ativações visuais, vídeos e experiências urbanas em tempo real.
A cobertura reforça o papel de Interlagos como palco simbólico da Fórmula 1 no país e consolida o GP de São Paulo como produto de entretenimento nacional, com potencial de engajamento além do público tradicional de automobilismo.
Digital e redes sociais integrados
O ecossistema digital da Globo será amplamente mobilizado. O ge.globo e o Globoplay terão conteúdo sob demanda, experiências interativas e trilhas temáticas de mídia segmentada. Podcasts como o Braincast e o ROS Podcast terão episódios dedicados à F1. Nas redes sociais são mais de 100 ativações, com vídeos curtos, memes e conteúdo em tempo real, estimando 20 milhões de interações ao longo da temporada.
Cotas e valores
O projeto comercial conta com seis cotas nacionais, válidas entre dezembro de 2025 e dezembro de 2026. O valor bruto de tabela divulgado é de R$ 125,04 milhões por cota, mas o investimento real de mercado deve ficar entre R$ 60 e 70 milhões, após negociações e descontos usuais.
A distribuição do valor bruto é a seguinte:
TV Globo: R$ 100 milhões
sportv: R$ 11 milhões
Digital (ge.globo + Globoplay): R$ 11,25 milhões
VIU/social: R$ 836 mil
Audiência agregada: R$ 1,8 milhão
Com isso, a F1 se posiciona no mesmo patamar comercial de propriedades premium como Libertadores e Campeonato Brasileiro, mas com apelo global e narrativas transversais que unem esporte, tecnologia e lifestyle.
Prioridade para patrocinadores oficiais
Até 11 de novembro de 2025, os patrocinadores globais da Fórmula 1 têm prioridade na compra das cotas. São eles: Heineken, Aramco, Crypto.com, DHL, MSC, Pirelli, Salesforce, AWS (Amazon Cloud), Qatar Airways, LVMH e Lenovo.
Apesar da lista extensa, o mercado aposta que apenas a Heineken pode efetivamente entrar no pacote, embora ainda haja incerteza — a marca não patrocinou a transmissão da Band em 2025. A tendência é que grandes marcas brasileiras assumam o protagonismo nas cotas, especialmente aquelas interessadas em campanhas de imagem e integração digital de alto alcance.
Uma nova era para o automobilismo na TV aberta
O retorno da Fórmula 1 à Globo simboliza mais do que uma mudança de emissora: representa uma reconstrução de valor de marca para a categoria e para a emissora. Após quatro temporadas na Band, a F1 retorna a um ecossistema capaz de integrar mídia de massa, conteúdo premium e distribuição digital em escala, num modelo que reflete a nova lógica de consumo esportivo.
Para o mercado, trata-se de um movimento que recoloca o automobilismo no centro das conversas e reforça o poder da Globo como hub de experiências esportivas no país. E, para o público, significa o reencontro com uma tradição — agora adaptada à era da convergência entre TV, streaming e redes sociais.
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