F1: Teremos o GP da Bélgica? Dependa da visibilidade no momento da largada

A Fórmula 1 pode enfrentar um domingo bastante complicado no GP da Bélgica 2025 por causa do mau tempo. Após a corrida da Fórmula 3 ser cancelada na manhã deste domingo devido à chuva intensa em Spa-Francorchamps, e a prova da Fórmula 2 ser disputada em condições bastante molhadas, a atenção agora está voltada para o que pode acontecer na corrida principal.

Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli, comentou sobre os cenários possíveis para a realização da prova da Fórmula 1. Em entrevista à imprensa, ele destacou que o principal problema em um circuito de alta velocidade como Spa é a visibilidade, ainda mais quando a pista está coberta de água.

“Normalmente o problema é a visibilidade em um circuito rápido como Spa. Ninguém quer assumir riscos desnecessários. Sabemos que o automobilismo é perigoso, mas é correto tomar todas as medidas para garantir a segurança nessas condições”, disse Isola.

Para o italiano, caso as condições sejam semelhantes às encontradas durante a corrida da Fórmula 2, a realização do GP é possível. “Se a corrida estiver em uma situação parecida com a que vimos na Fórmula 2, acredito que será possível acontecer. Mas na Fórmula 3, o nível de água estava fora de controle, com risco muito alto de aquaplanagem. A Eau Rouge e o Raidillon são curvas fantásticas, mas extremamente perigosas com tanta água acumulada”, alertou.

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Foto: XPB Images

Por outro lado, se o cenário for o mesmo que levou ao cancelamento da corrida da F3, Isola não vê possibilidade de a prova principal acontecer. “Quando há muita água parada, principalmente no trecho do Kemmel, fica muito perigoso. É um setor de altíssima velocidade, e o risco de acidentes é grande”, afirmou.

O diretor da Pirelli destacou também a importância de colocar os carros na pista assim que as condições permitirem, já que o tráfego ajuda a diminuir a água acumulada no traçado. “Se for possível começar, com a presença de 20 carros girando, parte da água vai sendo deslocada. Mesmo que ainda chova levemente, ainda é viável continuar. O problema maior é quando há poças de água antes do início da prova, isso gera aquaplanagem e falta de controle”, explicou.

Outro ponto abordado foi a razão pela qual as equipes geralmente evitam usar os pneus de chuva extrema e preferem começar com os intermediários. Segundo Isola, isso acontece porque os compostos para chuva pesada espalham muito mais água e prejudicam a visibilidade, além de forçarem uma estratégia de múltiplas paradas.

“O pneu de chuva funciona bem em condições de muita água, mas depois é necessário trocar para intermediário e depois para slick, e isso aumenta o número de pit stops, o que pode comprometer a corrida. Por isso, muitas vezes, tentam iniciar direto com os intermediários. Com eles a visibilidade já não é boa, e com os pneus de chuva é ainda pior, porque eles conseguem deslocar 85 litros de água por segundo a 300 km/h, formando uma cortina de água que atrapalha todos atrás”, detalhou.

Para Isola, a decisão final depende do nível de água na pista na hora da largada. “Existem várias razões pelas quais os pilotos preferem o intermediário. No fim, tudo se resume a segurança e controle: se houver muita água acumulada, não há como correr, independentemente do pneu”, concluiu o chefe da Pirelli.



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