A questão da falta de visibilidade nas corridas da Fórmula 1 com tempo chuvoso, tem gerado cada vez mais discussões entre os pilotos, que buscam uma solução para o que chamam de uma situação ‘complicada’. Durante o GP da Bélgica, as condições climáticas instáveis levaram a uma longa demora na largada, o que gerou críticas de diversos pilotos, incluindo Lewis Hamilton, que considerou o atraso uma reação exagerada. O problema de visibilidade já é uma preocupação crescente desde a introdução dos carros de efeito solo na F1, mas se intensificou durante essa temporada.
Para os pilotos, a chuva e o spray gerado pelos carros estão diretamente ligados à segurança na pista, mas também afetam a estratégia de corrida. Alguns, como Hamilton, afirmam que o atraso foi exacerbado por um cenário semelhante ocorrido no GP da Inglaterra, enquanto outros, como Andrea Stella, chefe da McLaren, defendem que a cautela foi necessária.
O desafio é amplificado pelos carros de efeito solo, que naturalmente geram mais spray devido aos grandes difusores e à altura reduzida dos carros. Em 2026, os carros da Fórmula 1 terão um design mais plano, o que, teoricamente, deve reduzir a quantidade de spray gerado. Além disso, pneus mais estreitos que serão usados no próximo ano, podem ajudar a melhorar a visibilidade, mas o problema ainda exige mais discussão.

Pierre Gasly, piloto da Alpine, comentou sobre as possíveis soluções para o spray, como coberturas de rodas, e destacou a necessidade de encontrar um equilíbrio entre as condições de visibilidade e o uso dos pneus de chuva extrema: “Atualmente, quando a visibilidade está boa, não há necessidade dos pneus de chuva extrema. É um dilema, e precisamos trabalhar nisso”, afirmou Gasly.
Lance Stroll, da Aston Martin, também abordou a questão, apontando que o aumento no tamanho dos carros e pneus ao longo dos anos contribuiu para o agravamento do spray. Ele mencionou o circuito de Spa, onde a visibilidade é um grande problema, especialmente em trechos como a famosa Eau Rouge: “A visibilidade é a maior questão com o tamanho dos carros e pneus. Em corridas como Spa, a situação se torna ainda mais difícil”, concluiu Stroll.
Os pilotos, então, concordam que é fundamental encontrar soluções para melhorar a visibilidade durante corridas com chuva e garantir que a segurança não seja comprometida, permitindo que o espetáculo da F1 siga em condições de maior controle e previsibilidade.
