F1: Novas regras de 2026 prometem reduzir spray e melhorar corridas na chuva

A Fórmula 1 acredita que os novos carros previstos para 2026 podem ser a resposta para um dos maiores problemas recentes da categoria: a dificuldade de correr na chuva por conta da enorme quantidade de spray levantado pelos carros, que compromete a visibilidade e a segurança dos pilotos. A discussão ganhou força após o atraso significativo do GP da Bélgica no último domingo.

O novo regulamento técnico da F1, que entrará em vigor em 2026, prevê mudanças importantes no desenho dos carros, como difusores menores e redução do efeito solo. A expectativa da FIA é que essas alterações diminuam drasticamente as nuvens de água levantadas pelos carros em pista molhada. Outra mudança prevista é a adoção de pneus mais estreitos, também visando reduzir o volume de spray.

Peter Bayer, CEO da equipe Racing Bulls, comentou sobre as dificuldades que a FIA tem enfrentado para solucionar o problema usando os carros atuais. “O principal problema é a parte inferior do carro e o grande difusor”, explicou Bayer. “Isso faz com que a água literalmente seja jogada para fora pela traseira do carro.”

Nos últimos dois anos, a categoria fez testes com protetores de rodas — conhecidos como wheel covers — para tentar diminuir o spray, mas os resultados ficaram muito abaixo do esperado. Testes com Ferrari, em Fiorano, e Mercedes, em Silverstone, mostraram pouca ou nenhuma diferença. “Com ou sem as coberturas, a diferença foi muito pequena”, publicou a revista Auto Motor und Sport após acompanhar os experimentos.

F1: Novas regras de 2026 prometem reduzir spray e melhorar corridas na chuva
Foto: Divulgação / FIA

Enquanto as mudanças de 2026 não chegam, a pressão sobre a FIA só aumenta, principalmente após a longa espera antes da largada em Spa. O ex-piloto de Fórmula 1, Christijan Albers, foi duro ao criticar a postura da direção de prova em entrevista ao jornal De Telegraaf. “Você está simplesmente tirando tudo dessas equipes”, disse, citando que alguns times, como a Red Bull, se prepararam com acertos para pista molhada e acabaram prejudicados com a demora para a largada. “Se você olhar para Leclerc, por exemplo, ele conseguiu colher os frutos disso. Eu acho que não foi justo. A FIA precisa focar mais nessas questões, porque isso foi um erro grave e inaceitável.”

Laurent Mekies, novo chefe da Red Bull, também demonstrou insatisfação. “Nós não apenas esperamos a chuva parar, mas também esperamos o sol aparecer, e mesmo assim tivemos muitas voltas atrás do Safety Car”, disse.

Apesar das críticas, outros nomes do paddock defenderam a cautela dos comissários. O jornalista Michael Schmidt, por exemplo, destacou a dificuldade de equilibrar segurança e espetáculo. “Precisamos entender que, se algo acontecer, a direção de prova vai receber todas as críticas”, analisou.

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, concordou com essa postura. “Não podemos culpá-los porque seríamos os primeiros a criticá-los se algo tivesse acontecido”, afirmou o francês.

Com as mudanças prometidas para 2026, a expectativa é que a nova geração de carros da Fórmula 1 finalmente permita disputas mais seguras e emocionantes em condições de chuva, um dos maiores desafios da categoria nos últimos anos. Até lá, o tema seguirá em pauta a cada corrida em que o clima for um fator determinante.



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