A Mercedes rejeitou as especulações de que sua vitória surpreendente no GP de Singapura da Fórmula 1 teria sido favorecida por uma asa dianteira flexível. O assunto voltou a ganhar força após imagens onboard do carro de George Russell — pole e vencedor da corrida — chamarem a atenção de analistas e levantarem dúvidas sobre a legalidade do componente.
Em 2025, a FIA apertou os testes de flexibilidade das asas dianteiras para coibir possíveis ganhos aerodinâmicos indevidos. Mesmo assim, a análise feita por Matteo Bobbi, comentarista da Sky Italia, destacou um comportamento incomum no carro da Mercedes. “Eles mudaram o ponto onde a força aerodinâmica é gerada, e ver o quanto a asa se flexiona mostra a vantagem de velocidade e a migração de downforce”, afirmou o ex-piloto italiano.

Apesar das observações, a equipe de Brackley insiste que não há nada de irregular em seu projeto. Um engenheiro da Mercedes, ouvido pela Auto Motor und Sport, minimizou o caso. “Essa questão da asa dianteira é superestimada. As regras são claras, e a FIA não levantou nenhuma objeção desde então”, declarou.
George Russell, que dominou o fim de semana no circuito de Marina Bay, também se mostrou surpreso com o desempenho. “Se eu fizesse uma lista de todas as corridas em que achava possível vencer este ano, Singapura provavelmente estaria no fim dela”, reconheceu o britânico.
O chefe de equipe Toto Wolff atribuiu a boa fase recente à decisão de encerrar o desenvolvimento do carro de 2025. “Parece que isso está nos ajudando de alguma forma — não precisar mudar o carro o tempo todo”, brincou o austríaco, sugerindo que a estabilidade técnica vem permitindo à Mercedes extrair o máximo do atual pacote.
