F1: McLaren aposta em atualizações na Espanha para frear avanço da Red Bull

A McLaren iniciou seu cronograma de desenvolvimento mais cedo na temporada 2024 da Fórmula 1 e vem colhendo frutos. No entanto, o GP da Espanha em Barcelona segue sendo um ponto crucial para a equipe, como explicou o especialista técnico da RacingNews365, Paolo Fillisetti.

Devido à grande quantidade de dados coletados historicamente nesse circuito, o GP da Espanha costuma ser palco para introdução de pacotes significativos de atualizações. Soma-se a isso o fato de Barcelona ser uma das primeiras etapas europeias do calendário, e anteriormente, o local habitual para os testes de pré-temporada.

O próximo final de semana traz um novo desafio estratégico para as equipes, uma rodada tripla com Espanha, Áustria e Inglaterra. Com isso, a decisão de quando introduzir o segundo grande pacote de atualizações se torna mais complexa.

Enquanto a maioria das equipes parece optar por Silverstone como palco ideal para as novidades, o progresso inesperado da McLaren levanta alguns questionamentos. A equipe de Woking já implementou seu primeiro pacote de atualizações em Miami e planeja evoluir ainda mais o MCL38 na Espanha.

Desde Miami, a McLaren vem demonstrando consistência, e em alguns circuitos, até mesmo performance superior à Red Bull. O pacote de atualizações introduzido, representou uma ampla evolução do conceito aerodinâmico do carro. É válido ressaltar que o principal objetivo dos engenheiros da McLaren foi ampliar a versatilidade do carro, tornando-o competitivo em diferentes tipos de pista.

Ao contrário do que se espera com pacotes de atualização, a melhora de performance da McLaren não necessariamente se traduz em ganhos expressivos no tempo de volta. Estima-se que o pacote introduzido em Miami, tenha garantido cerca de três décimos de segundo por volta, enquanto o da Ferrari em Ímola tenha chegado a quatro ou cinco décimos.

Fillisetti compara o desenvolvimento na F1 a um ‘supermercado de performance’, onde as equipes buscam ‘dois quilos de performance pelo preço de um’. O intuito é enfatizar que a principal conquista da McLaren, neste momento, é o acerto do balanço aerodinâmico do MCL38, tornando-o menos sensível a variações de altura do solo.

Esse equilíbrio é justamente o que a Red Bull Racing, apesar das seis vitórias de Verstappen este ano, ainda não conseguiu alcançar. Em Barcelona, a McLaren continuará a trabalhar nesse sentido, buscando aprimorar o desempenho do MCL38 em curvas longas e de alta velocidade.

Para isso, os engenheiros precisam aumentar a carga aerodinâmica gerada pelo assoalho, o que exigirá que a equipe saia da zona de conforto conquistada até o momento, sem no entanto, tornar o carro excessivamente sensível a mudanças de altura.

Na prática, a McLaren tentará aumentar o downforce gerado pelo assoalho sem precisar alterar drasticamente a altura utilizada até então. O objetivo é manter o atual equilíbrio do carro, permitindo ganhos de performance em circuitos com curvas de alta velocidade.

É plausível supor que as atualizações introduzidas em Barcelona, e possivelmente finalizadas em Silverstone, não provocarão mudanças abruptas no comportamento do MCL38. A prioridade absoluta é a confiança dos pilotos na dirigibilidade do carro, fator crucial para a efetividade das atualizações.

Mesmo que o progresso do MCL38 seja difícil de quantificar, a curiosidade crescente entre as equipes rivais é um indicativo claro do bom momento da McLaren. A evolução da equipe britânica demonstra que, ao refinar profundamente o projeto do ano anterior, sem descartar seus fundamentos, é possível liberar todo o seu potencial.



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