F1: Incertezas. Colapinto fica ou não no grid da Fórmula 1 2026?

O futuro de Franco Colapinto na Fórmula 1 é uma das grandes incógnitas do paddock às vésperas da definição do grid para 2026. O argentino, que chegou à categoria carregando enorme expectativa de uma nação e da própria Alpine, hoje vive um momento de instabilidade. Seu desempenho é questionado por dirigentes e, ao mesmo tempo, defendido por quem conhece os bastidores da pressão que envolve um jovem piloto em uma equipe de fábrica. A dúvida paira: Colapinto seguirá na F1 em 2026?

Do hype à pressão: a ascensão e queda de Colapinto
Colapinto chegou à Fórmula 1 em 2024 pela Williams, embalado pelo entusiasmo da torcida argentina e com a promessa de ser um novo nome capaz de movimentar o grid. Logo de cara, mostrou lampejos de talento, com boas atuações que chamaram a atenção da mídia e da própria Alpine, que decidiu apostar no jovem para 2025.

Mas a curva positiva perdeu força em Las Vegas, quando um acidente marcou o início de uma fase descendente. Desde então, nada pareceu dar certo. O argentino não conseguiu repetir as performances iniciais, acumulou erros em momentos decisivos e, com isso, viu o hype se transformar em desconfiança.

Briatore e Alpine: dúvidas sobre o momento certo
Flavio Briatore, responsável direto pela gestão da Alpine, foi direto ao avaliar a situação do argentino durante as coletivas do GP da Holanda. Para ele, talvez Colapinto tenha subido cedo demais à Fórmula 1. “É difícil para ele lidar com este carro. Eles são muito pesados, muito rápidos. Talvez não fosse o momento para Franco estar na Fórmula 1, talvez precisasse de mais um ou dois anos”, admitiu.

Apesar de reconhecer o esforço do argentino com os engenheiros, Briatore deixou claro que não está satisfeito. “Ele se esforça muito, muito, para agradar em tudo, mas não é o que eu espero de Colapinto”, afirmou.

O italiano também trouxe uma reflexão mais humana ao debate, reconhecendo que pode ter falhado ao colocar tanta pressão sobre o jovem. “Talvez tenhamos colocado muita pressão sobre ele. O piloto é um ser humano, precisamos entender o que está acontecendo na cabeça dessas ‘crianças’. Talvez eu tenha perdido algo na gestão do piloto, Colapinto.”

Questionado se o argentino seguirá até o final da campanha, Briatore foi evasivo: “Para o futuro, honestamente, eu não sei.”

Yuki Tsunoda (JPN) Red Bull Racing RB21 makes contact with Franco Colapinto (ARG) Alpine F1 Team A525.
Foto: XPB Images

Wolff: a diferença entre ser promessa e estar em foco
Do lado da Mercedes, Toto Wolff trouxe uma visão complementar. Para ele, o problema não está apenas no talento, mas no ambiente em que Colapinto foi colocado. “Os pilotos mais jovens em equipes menores se saem bem porque é um ambiente totalmente diferente. A expectativa é tão baixa que você só pode superar”, explicou.

Com Colapinto, a realidade foi oposta. “É uma grande diferença estar em foco, com a pressão criada e as expectativas definidas. É diferente”, destacou Wolff.

Vowles: o peso da pressão e do grid apertado
James Vowles, atual chefe da Williams e um dos responsáveis por lançar Colapinto em Silverstone, concorda com Briatore e Wolff. Ele destaca que a pressão “aumenta imensamente” em equipes de ponta, enquanto em estruturas mais discretas os pilotos conseguem render sem pensar em consequências imediatas.

O britânico lembrou justamente do primeiro teste de Colapinto em Silverstone. “Ele pensou que era sua única chance. Eu disse: não tem nada a ver com tempos de volta. É sobre relaxar e aproveitar o momento. E ele teve um desempenho excelente.”

Mas a realidade atual é outra. “Você não pode fazer isso em Monza, nessas circunstâncias, em uma Williams. Nenhuma chance. Hoje, dois ou três décimos separam o grid inteiro. Um pequeno erro, um décimo, e você é o último”, explicou Vowles. Para ele, essa combinação de grid apertado e pressão constante tornou a vida de Colapinto ainda mais complicada.

Franco Colapinto (ARG) Alpine F1 Team on the grid.
Foto: XPB Images

O futuro de Colapinto no grid 2026
O cenário é de incerteza. Briatore reconhece o talento, mas cobra resultados. Wolff alerta para os riscos de um ambiente sufocante. Vowles relembra o potencial do argentino quando teve espaço para respirar.

O peso simbólico também não pode ser ignorado: Colapinto é o único argentino no grid, representando um mercado estratégico para a Fórmula 1. Sua permanência interessa esportivamente e também em termos de popularidade.

Hoje, Colapinto está em situação de risco. Seu futuro para 2026 depende diretamente do que fará nas últimas corridas da temporada 2025. Boas performances podem encorajar a Alpine sobre sua permanência, mas desempenhos modestos podem ser afirmações de que não tem espaço em uma F1 tão competitiva.

Se não mostrar evolução imediata, só uma decisão política ou a boa vontade da Alpine em insistir no projeto pode mantê-lo no grid. Seja qual for o desfecho, a história de Colapinto já é marcada por hype, expectativa e pela dura realidade de um esporte que não perdoa quem não entrega resultados logo de cara.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.