Mika Hakkinen, ex-piloto e bicampeão de Fórmula 1, compartilhou suas reflexões sobre a evolução da segurança no esporte, destacando a impressionante coragem necessária para competir nos primórdios da categoria. Em uma entrevista ao lado de outros grandes nomes da F1, como Sir Jackie Stewart, Alain Prost e Nigel Mansell, Hakkinen comentou sobre os enormes riscos que os pilotos enfrentavam nas décadas de 50, uma época em que as condições de segurança eram mínimas.
Refletindo sobre os carros antigos da F1, o finlandês afirmou: “Quando você testa esses carros antigos dos anos 50, é preciso ter muita coragem. Você precisa de um corte sério para extrair o máximo deles, sabe?”. O piloto ressaltou que os pilotos daquela época precisavam de uma dose imensa de coragem para lidar com os riscos de pilotar carros que eram longe de serem seguros.
Comparando com a sua própria era, nos anos 90 e início dos anos 2000, Hakkinen afirmou que a segurança evoluiu significativamente: “Na minha época, que foi nos anos 90, final dos anos 90 e começo dos anos 2000, foi fantástico. Era muito seguro, você se sentia muito seguro e podia assumir riscos incríveis”. O avanço nas normas de segurança e o design dos carros permitiram que os pilotos de sua geração pudessem alcançar performances extraordinárias sem o medo constante pela sua vida, algo impensável nas décadas anteriores.

O ex-piloto também reconheceu a bravura dos pilotos das gerações anteriores, como Mario Andretti e Jackie Stewart, que competiram em um período em que os carros de F1 eram extremamente perigosos: “Esses pilotos estavam em uma era onde os carros de Fórmula 1 eram mega perigosos”, concluiu Hakkinen.
Seus comentários destacam como os avanços no design dos carros e nos padrões de segurança permitiram que os pilotos de sua época elevassem ainda mais o desempenho, enquanto as gerações anteriores competiam sob riscos pessoais muito maiores. O pensamento de Hakkinen não está tão distante da realidade: pilotos como Alberto Ascari, Peter Collins, Wolfgang von Trips, Jim Clark, Jochen Rindt, François Cevert, Ronnie Peterson e Gilles Villeneuve, estão entre os mortos em acidentes entre as décadas de 1950 e o início da década de 1980.
Na era moderna, as tragédias continuaram com Roland Ratzenberger e Ayrton Senna em 1994 e, posteriormente, Jules Bianchi em 2015. A diferença na segurança entre a primeira e a segunda era da Fórmula 1 é assustadora, mas até hoje, apesar da segurança ser uma prioridade da categoria, o risco sempre existe e é inerente ao automobilismo.
