A contratação de Lewis Hamilton pela Ferrari anunciada no início de 2024, com a transferência do britânico para a equipe italiana em 2025, foi um movimento que surpreendeu muitas pessoas, mas para Arturo Merzario, ex-piloto da equipe na década de 70, a transferência do heptacampeão para Maranello foi vista com ceticismo por grande parte do time. Segundo Merzario, pelo menos 90% dos membros da Ferrari não queriam Hamilton na equipe, o que para ele, reflete uma decisão que teria sido tomada mais por questões comerciais do que esportivas.
Hamilton, que chegou à Ferrari aos quarenta anos após doze temporadas de sucesso na Mercedes, parecia realizar o sonho de infância ao pilotar um carro do tradicional time italiano. No entanto, sua adaptação à equipe não tem sido fácil. Embora tenha conquistado uma vitória na corrida Sprint na China, e um P3 também na Sprint em Miami, ele ainda não subiu ao pódio em GPs e ocupa apenas a sexta posição no campeonato de pilotos, longe de suas expectativas e da competitividade que o caracterizou na Mercedes.
A insatisfação de Hamilton com o desempenho do carro ficou evidente, especialmente no GP da Hungria, quando o piloto se criticou duramente, se chamando de ‘idiota’, após uma sessão de classificação decepcionante onde ficou apenas em P12, enquanto seu companheiro de equipe, Charles Leclerc conquistou a pole position. Durante aquela final de semana, Hamilton chegou a sugerir que a Ferrari poderia considerar uma troca de pilotos, algo que reforça a tensão entre o piloto britânico e a equipe.

Para Merzario, a contratação de Hamilton foi motivada principalmente por interesses comerciais, aproveitando o apelo global do britânico para aumentar a visibilidade da Ferrari. No entanto, o ex-piloto acredita que, para que o britânico tenha sucesso na Ferrari, ele precisa se sentir verdadeiramente parte da equipe. Sem isso, a motivação para alcançar melhores resultados será comprometida.
Merzario também aponta que, apesar das dificuldades, Hamilton ainda tem a oportunidade de encontrar o momento certo para brilhar e que, caso não veja perspectiva de crescimento, poderá procurar outra equipe no futuro, ou simplesmente se aposentar da Fórmula 1. Em relação a Leclerc, Merzario acredita que o monegasco ainda precisa provar que tem capacidade para ser campeão com a tradicional Scuderia.
