O GP da Bélgica voltou a expor a vulnerabilidade da Fórmula 1 em condições de chuva severa, e a solução para os problemas enfrentados nas pistas molhadas parece distante. Durante a corrida em Spa-Francorchamps, a prova foi atrasada em cerca de oitenta minutos devido a preocupações com a visibilidade, um problema apontado por todas os pilotos e equipes, e também pelo engenheiro de estratégia da Red Bull Racing, Stephen Knowles.
“Temos um verdadeiro problema com a visibilidade e não acho que isso possa ser mudado de forma significativa”, afirmou Knowles. “Talvez pudéssemos ter começado a corrida um pouco mais cedo, mas acho que a história seria a mesma.”
Os carros da era atual, mais pesados e com maior geração de downforce pelo assoalho com efeito solo, além dos pneus grandes, acabam criando um grande spray de água, dificultando ainda mais a visibilidade dos pilotos. Embora a FIA tenha trabalhado por anos em soluções, como capas de rodas para desviar a água, os resultados não foram satisfatórios. Nikolas Tombazis, chefe de monopostos da FIA, admitiu: “Elas têm algum efeito, mas não o suficiente para dizer que esse é o problema resolvido. Portanto, voltamos à estaca zero.”
Com as novas regulamentações previstas para 2026, que trarão difusores menores, pneus mais estreitos e carros mais leves e com menos efeito solo, espera-se que a situação melhore, mas até lá, pouco deve mudar. A corrida na Bélgica apenas reforçou os receios sobre as corridas com chuva forte, especialmente após os trágicos acidentes de Anthoine Hubert, em 2019, e Dilano van ‘t Hoff, em 2023.

Embora pilotos como Max Verstappen e Lewis Hamilton tenham criticado o longo atraso, outros, como George Russell, Fernando Alonso e Charles Leclerc, defenderam a cautela do diretor de prova. Para a FIA, não há solução a curto prazo, e seus testes e estudos sobre o tema não geraram grandes avanços.
A situação segue preocupante, pois a possibilidade de um carro rodando na pista molhada levar a outros acidentes permanece. Como afirmou Knowles: “Não invejo a direção de corrida nessa situação”, finalizou.
Pelo menos até as mudanças de regulamento no ano que vem, as corridas com chuva intensa na atual temporada, seguirão sendo um dilema sem solução na Fórmula 1.
