A Fórmula 1 chega ao domingo do GP da Holanda 2025 com a promessa de mais uma batalha estratégica em Zandvoort. Oscar Piastri conquistou a pole position por apenas 0s012 sobre Lando Norris, garantindo a primeira fila toda para a McLaren. Mas, mais do que a disputa entre os dois, o grande trunfo da corrida pode estar nas escolhas de pneus e na imprevisibilidade do clima na região litorânea.
Em 2024, a prova holandesa surpreendeu pela tranquilidade: sem Safety Car, sem bandeiras vermelhas e com quase todo o pelotão adotando a estratégia de uma parada (médios para duros). Lando Norris levou a vitória, seguido por Max Verstappen, sem grandes mudanças no decorrer da corrida. Desta vez, no entanto, o cenário é bem diferente, já que a Pirelli optou por compostos mais macios em 2025, aumentando o desafio para quem tentar repetir o plano de uma única parada.

De acordo com as simulações, a opção mais rápida continua sendo o tradicional médio > duro, com janela de pit stops entre as voltas 28 e 34. Mas, com o pit lane de Zandvoort tendo agora limite de 80 km/h (antes eram 60 km/h), a perda de tempo em cada parada caiu consideravelmente. Isso torna a estratégia de duas paradas bem mais viável do que em anos anteriores, especialmente se o tempo instável entrar em cena.
Nesse cenário, a variação mais forte seria largar de macios, trocar para duros entre as voltas 13 e 19, e depois voltar com médios até o fim — combinação que pode ser decisiva para quem não conseguir se manter à frente nas primeiras voltas. Outra alternativa, já considerada por McLaren e Aston Martin, é usar dois jogos de pneus duros, permitindo forçar mais ritmo sem tanta preocupação com desgaste.

Segundo Mario Isola, diretor esportivo da Pirelli, os macios também podem ter papel fundamental em parte da corrida. “É interessante observar que o composto macio pode ser usado em um stint. Se você planeja uma única parada e percebe que os stints não são longos o suficiente, pode usar o macio no fim como opção extra”, explicou.

Para quem larga do meio ou do fim do grid, existe ainda a possibilidade de inverter a ordem e sair com duros, esticando a primeira parte da corrida até a janela entre as voltas 38 e 44. É um risco grande, já que o rendimento tende a ser inferior no começo, mas pode render posições se houver Safety Car ou bandeira vermelha — situações comuns em Zandvoort, embora não tenham acontecido no ano passado.
A previsão do tempo adiciona ainda mais incerteza ao domingo. Nos últimos dias, choveu forte em todos os períodos do GP, mas as pancadas sempre aconteceram pouco antes ou logo depois das atividades da F1. Para a corrida, a expectativa é de pista seca no início, mas com 40% de chance de chuva durante as 72 voltas. Se o aguaceiro chegar, é provável que seja pesado, obrigando equipes e pilotos a redesenhar planos no meio da prova.
Com a McLaren favorita, Verstappen largando em terceiro em casa, Isack Hadjar surpreendendo em quarto e Mercedes e Ferrari tentando se aproximar, a combinação de estratégias de pneus, pit stops mais rápidos e clima instável promete transformar o GP da Holanda 2025 em uma das corridas mais imprevisíveis da temporada.
