Lewis Hamilton vive um dos momentos mais delicados de sua trajetória na Fórmula 1. Sua chegada à Ferrari, cercada de expectativas após deixar a Mercedes, não tem correspondido aos resultados esperados. Com 14 corridas disputadas na temporada, o britânico ocupa apenas a sexta posição no campeonato, sem vitórias, pódios ou pole positions
O último fim de semana, na Hungria, reforçou a crise: Hamilton foi eliminado no Q2 da classificação e terminou a corrida em 12º lugar. O desempenho gerou comentários duros do próprio piloto, que afirmou ser “absolutamente inútil” e também sugeriu que a Ferrari deveria trocar de piloto. O heptacampeão também foi alvo de questionamentos sobre sua continuidade na categoria.
Um deles foi de Bernie Ecclestone, ex-dirigente da F1, que não poupo críticas: “Lewis é muito talentoso, foi e provavelmente ainda é. Mas, como muitos grandes esportistas quando chegam ao topo, só há um caminho — e não é bom. É para baixo”, afirmou. “Eles ficam cansados. Lewis está cansado. Ele faz isso há tanto tempo… Precisa de um descanso definitivo, uma pausa total para fazer algo completamente diferente”, completou.

O ex-chefe da categoria ainda foi mais enfático, dizendo que Hamilton já deveria ter pendurado o capacete há algum tempo. “Ele pode não pensar assim agora, mas logo se acostumaria a fazer outras coisas fora do automobilismo. Acho que ele já deveria ter parado há um tempo. Ele não é um trapaceiro, mas estaria traindo a si mesmo se continuasse. Deveria parar agora. Se eu cuidasse dele, negociaria com a Ferrari imediatamente e diria: ‘Se tiverem alguém para substituí-lo, ele abre mão’.”
“Se eu fosse o Lewis, diria à Ferrari que queria receber todo o valor do meu contrato, integralmente. Eles o contrataram porque acharam que ele faria um bom trabalho. Se não está funcionando, ele pode abrir espaço — mas só sob essas condições”, sugeriu Ecclestone. “Ele não precisa mais correr riscos. Já venceu sete títulos mundiais, e isso já é mais do que suficiente.”
Quando perguntado qual piloto do atual grid poderia substituir Hamilton, Ecclestone citou duas opções: “Se pudesse escolher, levaria Isack Hadjar, da Racing Bulls. Ele tem se saído muito bem em seu primeiro ano e é um grande piloto. Também gosto do nosso amigo brasileiro (Bortoleto). Ele tem talento. Ambos são sensatos.”
Hadjar se destacou na primeira metade da temporada, ao fazer uma campanha sólida na Racing Bulls, chegando até mesmo a ser cogitado para a segunda vaga da Red Bull, no lugar de Yuki Tsunoda. Já Bortoleto se tornou destaque nas provas mais recentes, incluindo o GP da Hungria. Bastante elogiado, o brasileiro da Sauber foi citado por Fernando Alonso como o “melhor novato do ano.”
