Felipe Drugovich confirmou que esteve muito próximo de correr na Fórmula 1 em 2024, após conversas internas sobre uma possível saída de Lance Stroll da Aston Martin. O paranaense, que passou três temporadas como piloto reserva da equipe britânica, contou os bastidores dessa negociação durante entrevista ao podcast Na Ponta dos Dedos, do ge, e disse que as chances de assumir o cockpit foram “muito mais reais” do que o público imaginava.
Na época, rumores indicavam que Stroll, filho do proprietário da equipe, Lawrence Stroll, havia considerado deixar a Fórmula 1. As informações foram inicialmente divulgadas pelo jornalista Reginaldo Leme durante o TL3 do GP da Holanda. O canadense negou publicamente qualquer intenção de sair, mas Drugovich confirmou que as conversas internas existiram e que o cenário estava, de fato, bastante encaminhado para que ele estreasse na categoria.
“Eu renovei com eles pra 2024 e 2025, com uma certa, não só esperança, mas tinha, sim, conversas, de eu assumir em 2024, até com o chefe de equipe”, revelou. “E veio um momento que outros pilotos estavam, talvez, não querendo continuar, enfim, foi realmente uma época, assim, que não deu certo pra eu entrar em 2023, e no final de 2023 estava bem claro que talvez daria certo de entrar em 2024.”

O piloto contou que chegou a ter o contrato de renovação colocado à sua frente como parte dos planos da equipe para a temporada seguinte. “Parecia que começaram a balançar as coisas, ia ter uma oportunidade e colocaram o contrato na minha frente pra renovar pra 2024 e 2025”, explicou.
Segundo Drugovich, a possibilidade de Lance Stroll não continuar foi decisiva para acreditar que aquele seria o seu momento. “Eu falei: ‘estou no lugar certo, na hora certa, bora’. E parecia, de novo, o momento certo, a hora certa. Acho que passou muito mais perto do que todo mundo achou que passou. Realmente foi muito próximo do próprio Lance, talvez, não continuar em 2024”, destacou.
Mesmo frustrado com a oportunidade perdida, o brasileiro afirmou que compreende as decisões da equipe. “Assim, nada a julgar contra as circunstâncias, porque eu não tenho nada a ver com isso, e eu também, se eu estivesse no lugar deles, talvez faria a mesma coisa”, disse.
“Mas, da minha perspectiva, realmente é complicado, porque realmente eu achava que parecia, assim, tudo está se abrindo, tudo está dando certo, colocaram o contrato na minha frente de novo pra eu renovar, porque vai ocorrer e tudo mais, e acabou que não deu e fiquei preso nessa, enfim. É o que é, não tem muito o que eu ficar chorando agora”, completou.
Após três anos de espera, Drugovich seguirá sua carreira no automobilismo internacional, mas agora fora da Fórmula 1. O brasileiro disputará a temporada 2025-26 da Fórmula E pela Andretti, equipe de destaque na categoria dos carros elétricos.
A revelação reforça como o caminho para chegar à F1 é, muitas vezes, marcado por negociações complexas e decisões estratégicas que vão além da performance dos pilotos. Para Drugovich, a oportunidade escapou por pouco, mas sua trajetória ainda pode abrir novas portas no futuro.
