A Fórmula 1 vive um momento de crescimento e valorização, mas, segundo Stefano Domenicali, CEO da categoria, isso não significa que o grid deva se expandir para além das 11 equipes já confirmadas para 2026. O dirigente respondeu às declarações recentes de Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, que sugeriu a possibilidade de uma 12ª equipe entrar no campeonato nos próximos anos.
Ben Sulayem, que está em campanha para reeleição contra o norte-americano Tim Mayer, defendeu que a Fórmula 1 poderia suportar um grid com 24 carros. Ele chegou a citar que, além da Cadillac, que fará sua estreia em 2026 como a 11ª equipe do campeonato, uma entrada com capital chinês — possivelmente do grupo Geely — poderia ser considerada.
Domenicali, no entanto, não vê espaço para novas estruturas no grid. O executivo relembrou que tanto a Fórmula 1 quanto as equipes atuais já haviam se posicionado contra a entrada da Cadillac, antes de perderem a disputa com a FIA. Agora, sua posição é clara: não há espaço para um crescimento além do já previsto.
“Temos que ser muito cuidadosos nesse ponto”, afirmou Domenicali durante o GP da Itália, em Monza. “Só vamos avaliar propostas extremamente sérias e significativas, porque, na minha opinião, já chegamos ao limite. Do ponto de vista logístico, estamos no limite do que é possível.”
O CEO da F1 reforçou que o momento atual da categoria favorece investidores interessados em adquirir participações nas equipes já existentes, em vez de criar novas estruturas do zero. Para ele, essa é a forma mais realista e sustentável de participação no esporte.
“Vejo muito interesse de investidores em comprar franquias já estabelecidas — vamos chamá-las assim — porque o valor das equipes está crescendo exponencialmente, assim como o interesse financeiro em investir na Fórmula 1”, explicou. “Mas justamente porque as coisas vão bem, precisamos ter cuidado e proteger o valor do que já construímos.”
A fala de Domenicali reforça a visão de que a Fórmula 1 não pretende abrir espaço para novos times além dos que já estão confirmados. O modelo de franquias, consolidado com o Acordo de Concórdia e impulsionado pelo teto orçamentário, aumentou a valorização das equipes, tornando a compra de participações um caminho mais atraente para quem deseja entrar no campeonato.
Enquanto Ben Sulayem tenta capitalizar a discussão em sua campanha de reeleição, Domenicali adota um tom mais conservador, priorizando a estabilidade do campeonato. Assim, a perspectiva de ver uma 12ª equipe na Fórmula 1 parece, por enquanto, distante.
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