F1: Coulthard é 5s mais lento que Verstappen em teste e explica “abismo geracional”

David Coulthard contou como foi “humilhado” ao enfrentar Max Verstappen ao volante do mesmo carro, o RB7. Os dois guiaram o monoposto durante uma reportagem no circuito de Ímola e o ex-piloto disse ter ficado impressionado com a habilidade do holandês. A experiência foi usada por ele para exemplificar a diferença gritante entre uma “pessoa comum” e um piloto de elite no auge de sua forma.

“Fiz uma filmagem para uma pequena reportagem onde estávamos em Ímola, San Marino, e dei voltas na pista com o RB7, que seria o carro do campeonato mundial de Sebastian Vettel com motor V8. E eu fiz uma volta cronometrada em uma pista na qual venci o Grande Prêmio em 98 ou 99 [1998], e então Max entrou no carro, Max Verstappen, e ele fez uma volta rápida, e eu fui cinco segundos mais lento!’, disse ele ao podcast Indo Sport.

Coulthard se disse “razoavelmente satisfeito” com o resultado, considerando suas circunstâncias. “Não tinha corrido em Ímola por, não sei, mais de uma década ou mais, e não piloto… Não piloto carros de grande prêmio naquele momento há provavelmente… Fiz demonstrações, e faço donuts, mas não forçando em uma pista de corrida por mais de uma década”, explicou o ex-piloto de Williams, McLaren e Red Bull.

F1: Coulthard é 5s mais lento que Verstappen em teste e explica "abismo geracional"
David Coulthard (Foto: Divulgação)

Para ele, o contraste de performance coloca em perspectiva o que é estar no auge da forma. “Seria como colocar Bjorn Borg em quadra com [Novak] Djokovic ou algo assim. Ele ganharia algum ponto? Muito improvável. Você sabe, o esporte simplesmente evolui.”

“Fisicamente, perdi mais de 5 centímetros na circunferência do pescoço, e isso incluindo o fato de ter gordura no pescoço como um homem de 54 anos”, contou ele ao exemplificar como o tempo parado afetou seu desempenho e físico. “Então isso é apenas músculo. Você olha para os pilotos, os pescoços vêm de suas mandíbulas e o meu costumava vir, e tenho uma mandíbula bastante larga. Porque você está sustentando toda aquela força G e peso em sua cabeça.”

“Quando você se aposenta, e sabe que sua época acabou – e tive sorte o suficiente para me aposentar em minhas próprias condições, em vez de ser chutado para fora do esporte – não fiz exercício algum por um ano, e foi uma alegria tão grande não ter dor no pescoço, dor nas costas, dor no braço, cabeça doendo por causa das vibrações, ouvidos zunindo por causa do barulho.”

Finalizando, ele resumiu a dualidade da profissão: “É um ambiente tão hostil. Mas todas aquelas coisas às quais eu tinha desenvolvido alergia no final da minha carreira, eram viciantes na época, porque eu pensava: ‘Posso aguentar mais dessa dor que meu competidor. Essa dor vai fazer ele parar. Eu não vou parar’.”



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