A Haas, equipe com menor orçamento da Fórmula 1, expressou preocupação com uma possível mudança no regulamento a partir de 2026, que poderia exigir que equipes no top 5 do campeonato de construtores fabricassem todos os seus próprios componentes com antecedência de três anos. Ayao Komatsu, chefe da equipe, classificou a proposta como um ‘golpe fatal’ para times menores como a Haas.
“Se a Fórmula 1 quer o maior número possível de equipes competitivas, então essa regra precisa ser rejeitada. Que melhor história para o esporte do que David vencendo Golias?”, disse Komatsu ao Auto Motor und Sport.
A Haas adota um modelo de negócio baseado em componentes fornecidos por terceiros, especialmente pela Ferrari, incluindo motor, câmbio e suspensão traseira. Isso permite à equipe operar com um orçamento mais limitado e competir de forma eficiente no grid.
Komatsu destacou que a prática está dentro do regulamento e que os valores desses componentes são contabilizados no teto orçamentário: “Não temos nenhuma vantagem. O valor nominal dos componentes que compramos é tão alto que somos creditados no limite de gastos.”
Se essa proposta para 2026 for aprovada, a Haas seria forçada a desenvolver todos os seus componentes internamente, o que comprometeria o modelo de negócios que possibilitou sua entrada na Fórmula 1 em 2016. Além disso, a equipe acredita que sua sobrevivência estaria ameaçada sem os recursos para sustentar essa transição.
Apesar de críticas de alguns concorrentes como Zak Brown, CEO da McLaren, que já questionou práticas de compartilhamento entre equipes, como a relação Red Bull Racing e RB, Komatsu acredita que essa mudança pode minar a competitividade do esporte: “O que importa para os fãs não é de onde vem o câmbio ou a suspensão, mas sim as disputas na pista”, completou o chefe da Haas.