A candidatura de Tim Mayer à presidência da FIA, anunciada no final de semana do GP da Inglaterra de Fórmula 1, gerou controvérsias após declarações feitas por ele sobre a inclusão feminina no esporte. Mayer, ex-chefe de comissários da FIA, afirmou que o atual presidente, Mohammed Ben Sulayem, tem dado apenas ‘ilusões’ de progresso, citando especificamente a inclusão de mulheres e de pessoas de diversas origens.
Segundo Mayer, a FIA estaria deixando de lado vozes capazes, especialmente mulheres e membros de comunidades diversas, quando estas se posicionam de maneira crítica. Ele também alegou que a suposta ‘ilusão de inclusão’, oculta uma realidade em que mulheres em posições de poder dentro da FIA têm sido marginalizadas.
Essas palavras foram proferidas por Burcu Cetinkaya, presidente da Comissão de Mulheres no Motorsport da FIA e ex-piloto de Rally, que escreveu uma carta aberta a Mayer. Cetinkaya, com uma trajetória pessoal de superação dentro do esporte, pediu para que Mayer reconsiderasse suas declarações, destacando que, sob a liderança de Ben Sulayem, houve avanços significativos para mulheres em posições de destaque, incluindo a nomeação de mulheres como vice-presidentes da FIA e a presidência de várias comissões.

Cetinkaya afirmou em sua carta, que a realidade da FIA de hoje está longe da visão de Mayer, e que a luta por inclusão não deve ser medida apenas por números, mas também pela qualidade e responsabilidade das posições ocupadas. Ela também defendeu que a FIA tem mostrado uma mudança real em relação ao reconhecimento e à valorização das mulheres, principalmente mulheres de origens diversas.
Mayer, por sua vez, respondeu a Cetinkaya, reiterando seu apoio à inclusão e ao empoderamento das mulheres, mas manteve suas críticas sobre a gestão de Ben Sulayem. O candidato à presidência ainda afirmou: “Nenhum número de nomeações pode encobrir o fato de que mulheres em posições de poder na FIA foram marginalizadas ou empurradas para fora”.
O confronto entre os dois líderes destaca uma discussão importante sobre a verdadeira inclusão e os desafios enfrentados por mulheres no esporte a motor. Cetinkaya, que tem sido uma defensora ativa dos direitos das mulheres no automobilismo, afirmou que continuará a lutar por uma FIA onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas igualmente.
