O brasileiro Gabriel Bortoleto demonstrou solidariedade a Andrea Kimi Antonelli, jovem de apenas 18 anos que vive um momento de altos e baixos em sua temporada de estreia na Fórmula 1 com a Mercedes. O italiano chegou ao grid cercado de expectativas após vencer a FRECA em 2023 e pular diretamente para a Fórmula 2, mas desde a fase europeia do campeonato tem encontrado grandes dificuldades para extrair rendimento do W16.
Antonelli começou bem sua trajetória na F1, garantindo a pole position da Sprint em Miami e conquistando o primeiro pódio da carreira no Canadá. No entanto, desde Montreal, os resultados caíram. Nas últimas corridas antes da pausa de verão, ele somou apenas um ponto, conquistado no GP da Hungria, enquanto luta para se adaptar a um carro de comportamento complicado.

Bortoleto, que enfrentou Antonelli na Fórmula 2 em 2024, disse entender o momento vivido pelo rival. “Não quero falar sobre desempenho ou confiança porque nunca sabemos o que acontece dentro da equipe. Existem muitos rumores em volta de tudo. Mas sinto que o Kimi é um ótimo piloto, muito talentoso”, afirmou.
O brasileiro destacou ainda as dificuldades de lidar com a pressão e o nível dos adversários. “Corri contra ele na F2 no ano passado e sei que ele está em um bom carro e tem um companheiro de equipe muito forte. Não é fácil estar nessa posição. Havia muitas expectativas para esta temporada e, espero, que ele recupere essa confiança e consiga mostrar o que sabe. Sempre é bom ver outros estreantes indo bem, mostra que a nossa geração é forte”, completou.

Os problemas de Antonelli começaram no GP da Emília-Romanha, em Imola, quando a Mercedes introduziu uma nova suspensão traseira que acabou ampliando o desequilíbrio do carro e reduzindo ainda mais sua janela de operação. George Russell, companheiro de equipe do italiano, também reconheceu que o W16 ficou mais difícil de pilotar após a atualização.
Russell, no entanto, defendeu Antonelli e ressaltou que os números mostram evolução, mesmo que os resultados não sejam tão visíveis. “Como jovem piloto, ele precisa olhar para a temporada de forma objetiva. Dá para argumentar que ele está até melhor do que no início do ano, se analisarmos a diferença de tempo. No Canadá, quando largamos na pole, ele ficou em quarto, a mais de meio segundo. Em Spa, foram só três décimos. Mas isso foi a diferença entre sair no Q1 ou chegar ao Q3”, explicou.

Diante do cenário, a Mercedes decidiu voltar ao pacote aerodinâmico anterior a Imola a partir do GP da Hungria, numa tentativa de estabilizar o desempenho. Russell garantiu que a equipe não coloca pressão excessiva sobre Antonelli e que o foco está em dar tempo para o novato se adaptar. “O time deixou claro que ele não deve se preocupar com os resultados agora. Pelo nível de experiência que tem, já fez um bom trabalho. O problema é que o carro nos levou para trás. É difícil aceitar, mas acontece quando a máquina não entrega o esperado”, disse.
A situação de Antonelli simboliza os desafios de um estreante na Fórmula 1: lidar com a pressão da torcida, com a herança deixada por Lewis Hamilton, e com um carro longe da competitividade ideal. O apoio de nomes como Bortoleto e Russell mostra que, apesar das dificuldades, o italiano segue visto como um talento promissor para o futuro da categoria.
