Kimi Antonelli quebrou o silêncio após a onda de ataques e ameaças que recebeu nas redes sociais, depois do GP do Catar de Fórmula 1. O piloto da Mercedes admitiu que o episódio foi difícil de enfrentar e revelou que precisou bloquear suas contas após receber até ameaças de morte.
O incidente ocorreu na penúltima volta da corrida em Lusail, quando Antonelli cometeu um erro enquanto defendia uma posição. A falha abriu espaço para Lando Norris da McLaren assumir a quarta posição. A situação desencadeou críticas imediatas, incluindo um comentário de Gianpiero Lambiase, engenheiro de Max Verstappen, que disse pelo rádio: “Não sei o que aconteceu com o Antonelli, Max, parece que ele simplesmente saiu da frente e deixou o Norris passar”.
Helmut Marko, consultor da Red Bull Racing, também sugeriu que o italiano teria facilitado a vida de Norris, beneficiando indiretamente o rival de Verstappen na disputa pelo título.
Diante da repercussão, a Red Bull divulgou um comunicado na segunda-feira reconhecendo o erro das insinuações: “Comentários feitos antes do fim e imediatamente após o GP do Catar sugerindo que Antonelli teria permitido deliberadamente a ultrapassagem, estão claramente incorretos. As imagens mostram o piloto perdendo momentaneamente o controle do carro. Lamentamos que isso tenha levado a abusos online”, informa o comunicado da equipe.
Antonelli relatou que nunca cogitou ceder posição e lamentou as acusações: “Não foi fácil receber esse tipo de comentário, especialmente por algo que eu jamais faria, como abrir passagem para um concorrente”, afirmou. Ele explicou que vinha forçando o ritmo para tentar entrar na zona de DRS de Carlos Sainz: “Após tantas voltas no ar sujo, pressionando cada vez mais, o erro aconteceu. O pneu já tinha ido embora e naquele momento, cometi a falha e Lando me passou. Depois da corrida, receber tudo aquilo definitivamente machucou”, afirmou.

O jovem italiano também revelou que tratou o assunto pessoalmente com os envolvidos: “Foi bom ver o comunicado da Red Bull. O GP (Lambiase) veio falar comigo e esclarecemos tudo. Também conversei com Max, e isso foi positivo”, acrescentou.
Antonelli destacou ainda o apoio recebido de colegas, incluindo Oliver Bearman da Haas, que classificou os agressores como ‘escória da humanidade’. Segundo Antonelli, as mensagens de solidariedade o ajudaram a virar a página: “Depois disso recebi muito apoio, o que foi importante para esquecer o que aconteceu e focar naquele final de semana”, completou.
