Por André Spigariol
Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F1, manifestou sua insatisfação com a postura da Prefeitura de São Paulo diante das reformas que a Fórmula 1 exigiu no Autódromo José Carlos Pace – Interlagos – para que a praça continue presente no calendário da categoria máxima em 2014. O dirigente afirmou que, caso o autódromo não realize as obras, ficará de fora da temporada que vem.
“O traçado é um dos melhores do mundo, com certeza. Mas a estrutura à disposição do público e das equipes é a pior do calendário. Não é preciso ser como isto aqui (o circuito chinês), mas deve atender às nossas necessidades operacionais”, declarou Ecclestone, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, durante as atividades do GP da China deste ano.
Questionado pela reportagem se o Brasil ficará, então, fora do calendário, Bernie respondeu que “se até antes da definição do calendário não tivermos garantias de o autódromo estar como exige a Fórmula 1, sim. Não vamos sequer usar o tradicional asterisco de ‘sujeito a melhorias no autódromo’. Temos de saber já antes, de São Paulo ou outra cidade do Brasil”, avisou.
Durante a gestão de Gilberto Kassab, a Prefeitura realizou um estudo em conjunto com a FIA para determinar as obras necessárias para a adequação, o que inclui a ampliação e mudança da infraestrutura de boxes e paddock para a Reta Oposta. As reformas foram orçadas em R$ 120 milhões e foram incluídas no orçamento da cidade para 2013. Porém a administração, agora comandada por Fernando Haddad já descartou a faraônica obra.
No ano passado, o Autódromo gerou um gasto de R$ 22 milhões aos cofres públicos, por conta de reformas em uma arquibancada e no trecho do S do Senna, onde a área de escape foi cimentada. Segundo pesquisa da SP Turis, órgão da prefeitura que administra o Autódromo, o GP movimentou R$ 230 milhões na economia da cidade em 2012.
