Durou pouco o sonho do brasileiro Luiz Razia na Fórmula 1. Na última sexta-feira (1º) a equipe Marussia anunciou que rescindiu o contrato do piloto vice-campeão da GP2 em 2012 para contratar o francês Jules Bianchi, piloto de testes da Force India no ano passado. A mudança de última hora não foi explicada de maneira explícita, mas a imprensa europeia aponta que a razão foi financeira.
Anteriormente, o baiano já havia dado declarações dizendo que estava com problemas para fechar seu pacote de patrocinadores para a temporada 2013. De acordo com a revista britânica Autosport, os patrocinadores de Razia não cumpriram com o prazo de pagamento da soma de dinheiro prometida em contrato. Em contrapartida, Bianchi levará mais de £ 5 milhões (cinco milhões de libras esterlinas, quase R$ 15 milhões).
“Estou meio chocado, porque você espera estar na Fórmula 1, chega lá, é anunciado, faz os testes, e então está fora. E não por conta de um problema do piloto”, disse o brasileiro em entrevista à Autosport. “Fiz tudo certo e o que podia, mas foi realmente algo circunstancial que aconteceu”, completou.
“Eu entendo a posição da Marussia e gosto da equipe. Eles me trataram muito bem e, para ser honesto, tentaram resolver a situação para mim. Eles haviam me escolhido porque realmente me queriam em primeiro lugar, então não há qualquer tipo de rancor”, resignou-se Luiz, ainda em declarações dadas à publicação inglesa. “Minha carreira ainda está no auge e posso superar essa situação difícil. É apenas algo que aconteceu, às vezes a vida faz isso com você”, finalizou.
John Booth, chefe da Marussia, tentou explicar o ocorrido. “Nós nos encontramos em uma situação em que tivemos de rescindir o contrato com Luiz Razia”, disse, culpando as circunstâncias. “Tendo deixado clara a base sobre a qual devemos operar em 2013, e dando os passos que tomamos para colocar essa nova estrutura no lugar, não tivemos alternativa senão nos mantermos fiéis aos princípios que tínhamos identificado como essenciais para garantir o nosso futuro em longo prazo”, explicou.
O acordo com Bianchi pode ser muito bom em longo prazo para a escuderia russa, já que o francês é pupilo da Ferrari, inclusive fazendo parte da Academia de Pilotos da Scuderia. Como no ano que vem entrarão em vigor as novas regras para motores (V6 turbo com injeção direta), a Marussia pode buscar um acordo de fornecimento de propulsores com a equipe italiana.
André Spigariol
