Por Giovanni Romão
Depois de pouco mais de duas horas de julgamento, entre depoimentos de alguns envolvidos e a reunião final dos 26 conselheiros da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), saiu a decisão sobre o caso do GP de Cingapura 2008. No início da tarde desta segunda-feira (21), em Paris, na França, o Conselho Mundial decidiu pela punição de dois anos da Renault, posteriormente suspensa. Dessa forma, o time francês deixou o caso apenas com um alerta da FIA para que atitudes como essa não voltem a se repetir.
Assim como a Renault, os dois pilotos envolvidos, Fernando Alonso e Nelsinho Piquet, também foram absolvidos de qualquer culpa. No GP de Cingapura de 2008, o brasileiro bateu contra o muro, de forma proposital na volta 14, para beneficiar o companheiro na corrida. O espanhol acabou vencendo a etapa.
No entanto, outros dois importantes personagens na história acabaram não tendo a mesma “sorte”, principalmente por não colaborarem com às investigações. O engenheiro Pat Symonds pegou cinco anos de suspensão, enquanto o popular dirigente italiano Flavio Briatore foi banido das categorias comandadas pela FIA, além de perder os direitos de “empresariar” carreiras de pilotos. Os dois profissionais haviam sido demitidos da Renault no último dia 16 de setembro.
O caso começou a ganhar forma após o GP da Bélgica desse ano, quando o comentarista da Rede Globo, Reginaldo Leme, jogou aos quatro ventos a referida investigação. Ainda em Spa, Symonds e Briatore foram ouvidos e negaram qualquer tipo de ordem para que Nelsinho batesse para beneficiar Alonso. Posteriormente, conversas de rádio do GP de Cingapura foram divulgadas, confirmando os fatos. Os dois profissionais, então, adotaram a postura de dizer que o fato havia, sim, ocorrido, mas por uma ideia de Nelsinho, “desesperado“ para renovar o contrato.
Por ter levado o caso à FIA, o piloto brasileiro foi o primeiro e receber a garantia de imunidade no julgamento. O mesmo acordo foi proposto a Symonds, que apresentava resistência para falar do caso, mas o engenheiro não aceitou. Briatore e Symonds, como não faziam mais parte da equipe francesa, não compareceram a reunião.
Estiveram presentes ainda no Conselho, o presidente da FOM Bernie Ecclestone, o presidente da FIA Max Mosley, e o presidente da Renault F1, Bernard Rey. “Tomamos a responsabilidade total nos fatos e esperamos viver dias melhores daqui para frente”, afirmou Rey após deixar a sede do Conselho em Paris.