Jean Todt revela plano de governo para a FIA

Jean Todt revelou hoje o seu programa para a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) caso seja eleito nas eleições de outubro. O francês revela que pretende rever a forma como a Federação é gerida, apostando em lemas como a inovação e contenção de custos para manter os principais campeonatos ‘saudáveis’.

Afirmando que pretende implementar na FIA um sistema de cooperação entre as diversas partes, o ex-chefe da Ferrari na Fórmula 1 e da Peugeot no Dakar, tem como objetivo principal devolver a transparência àquela instituição, afirmando que irá rever os estatutos atuais para esse efeito.

“Nos próximos quatro anos, a FIA deveria procurar reforçar os seus pontos-fortes, mas também demonstrar-se pronta para adaptar a sua gestão e as estruturas de construção das decisões de modo a torná-las mais eficientes em termos de custos, responsáveis e transparentes. Propomos uma revisão cuidadosa dos estatutos da FIA e adaptar e modernizar onde necessário a estrutura e as regras da Federação”, pode-se ler no manifesto divulgado hoje por Todt.

Para tal, e numa das medidas mais relevantes, Todt pretende implementar a categoria de comissários para gerir cada um dos campeonatos da FIA, incluindo a Fórmula 1, cujas responsabilidades estender-se-iam aos direitos comerciais.

“O Comissário terá como papel representar a FIA em todas as questões regulamentares e comerciais respeitantes a cada um dos campeonatos, respondendo depois ao Conselho Mundial e às comissões desportivas competentes. Graças a esse sistema de comissários, o Presidente da FIA ou o Vice-Presidente terão menos necessidade de se envolverem diretamente neste ou naquele campeonato e a direção (da FIA) pode passar a concentrar-se na gestão estratégica de conjunto da FIA, que engloba os dois pilares da mobilidade e do esporte”, é mencionado no programa.

Todt propõe ainda a criação de um Grupo de Análise dos Comissários Desportivos, forma encontrada de tornar as decisões mais transparentes.

“A função dos Comissários Desportivos não é menos difícil, porque requer a tomada de decisões delicadas e independentes, sabendo que a decisão certa não é necessariamente a mais popular. Paralelamente, a confiança do público e dos competidores em relação aos Comissários Desportivos é essencial. Propomos, por conseguinte, criar um Grupo de Análise dos Comissários Desportivos, encarregue de examinar os melhoramentos a introduzir no sistema de vigilância dos principais campeonatos da FIA pelos Comissários Desportivos e, também considerar o estabelecimento de formação para os Comissários Desportivos para incentivar o seu desenvolvimento profissional”, lê-se no mesmo documento.

“Tradicionalmente, o Conselho Mundial tem tido um papel direto na investigação e também na decisão de questões disciplinares que lhe foram submetidas ao abrigo do Código Esportivo Internacional. Esses casos podem ser extremamente morosos e dar lugar à controvérsia. Sabendo que o Conselho Mundial é o principal órgão executivo de governo da FIA, propomos a criação de um Comitê de Disciplina independente que ficará responsável de investigar, realizar audições e recomendar possíveis sanções ao Conselho Mundial”, acrescenta-se.

“Queremos que o automobilismo e a mobilidade sejam tão acessíveis quanto possível para o maior número de pessoas. Queremos uma concorrência leal nas pistas e justiça para os consumidores e automobilistas. Queremos promover a excelência e a inovação na forma como são geridos os nossos esportes e nos serviços que os nossos clubes oferecem ao público. Acima de tudo precisamos de trabalho em equipe e cooperação. Estabelecemos um diálogo importante com os clubes-membros da FIA e com os outros parceiros no automobilismo e nos setores da mobilidade. Estamos convictos de que a nossa equipe e as nossas políticas darão à FIA a oportunidade de refrescar as suas estruturas e voltar a dedicar-se a servir os seus membros”.



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